Essa primeira quinzena de julho é muito marcante na minha vida profissional e até pessoal. Lembrar de 8 de julho de 2014 é sempre emblemático. A maior derrota de todos os tempos do futebol brasileiro. 7 a 1 para a Alemanha em uma semifinal de Copa do Mundo. Repare que eu coloquei futebol brasileiro e não seleção brasileira.
Isso porque considero que todos nós perdemos: o “time seleção”, jogadores, comissões técnicas, dirigentes, imprensa, torcedores, enfim, todos nós que de um jeito ou de outro fazemos parte da indústria futebolística brasileira apanhamos feio no Mineirão. Não foi apenas a equipe de Felipão…
Essa derrota foi um marco para mim. O inconformismo que eu sentia pelo baile que tomamos não podia ser explicado e resumido a um ‘apagão’ ou a ‘um dia em que nada deu certo’. Passei desde então a estudar muito tudo relacionado ao jogo.
E olha que uma partida de futebol é muito mais complexa do que muita gente imagina. Inclusive eu mesmo não enxergava tal complexidade. Como sempre fomos o ‘país do futebol’ e eu, particularmente, jogava bola o dia inteiro na minha infância iria estudar pra que? Já sabíamos tudo, não?! Que bom que veio o 7 a 1…
Mas seis anos depois não consigo ver grandes mudanças. O desenvolvimento do futebol brasileiro continua muito lento. Nossos jogadores não são os melhores do mundo. Nossos técnicos além de não terem nenhum mercado europeu perderam o próprio mercado nacional – vide Jorge Jesus e Jorge Sampaoli – e também perderam mercados periféricos como o da Ásia.
A gestão dos clubes ainda é muito amadora, passional e política e mesmo quando temos uma abordagem mais profissional como a do Flamengo o tom é acima do que deveria.
Não estou satisfeito com a qualidade do futebol brasileiro, mas tenho muita esperança de que com alguns ajustes e muito estudo e profissionalismo podemos subir importantes níveis. Há seis anos que devoro cursos e livros sobre gestão esportiva, metodologia de treinamento, tática, psicologia e etc.
E quando mais estudo mais compreendo que pouco sei e tenho que aprender e evoluir dentro do meu papel na cadeia do futebol brasileiro. Vamos juntos nessa toada? Você torcedor, pode ter certeza que a forma como encara o jogo e os resultados tem muita influência na cultura que governa nosso futebol. A mudança efetiva cabe a todos nós!
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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