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Comemorações XV

24/02/2017

Comemorações XV

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | No capítulo anterior foi citado várias vezes o nome de Joaquim da Costa Garcia, como um vulto proeminente na fundação de Capivari, ninguém mais que ele merecedor de um busto na Praça Central com uma placa consagradora em uma das ruas da cidade em sua homenagem pela gratidão popular. Joaquim Garcia deixou considerável fortuna, avaliada em cerca de 15.000 cruzeiros, soma vultosa para aquele tempo. O inventário dos seus bens apresenta dados interessantes, que nos permitem, recuando nos primeiros tempos de Capivari, conhecer o preço das utilidades naquela época. O arrolamento dos bens era minucioso, nada escapando ao exame dos avaliadores oficiais, nem mesmo os objetos e roupas de uso pessoal do morto, graças o que sabemos hoje que “6 colheres de prata” valiam 6 cruzeiros; “uma espingarda portuguesa”, 5,00; “uma dita mais curta”, 3,20; “uma espada alfangada de cabo de osso e guarnições de ferro”, 2,00; um estojo com 3 navalhas, tesoura, espelho e pedra”, 1,12; “um ferro de engomar” , 0,80; “quatro casais de xicaras brancas”, 0,40; “uma, mesa de jantar, sem gavetas”, 2,56; “uma rede branca”, 1,00 “uma besta douradilha”, 20,00; “ um cavalo colorado”, 6,00; “14 bois carreiros” a 20,00 – 180,00; as cabras estavam cotadas a 0,50 e os porcos de ceva a 1,00. O sítio de Capivari, com engenho de açúcar, canaviais, florestas virgens, casa de morada, senzalas e todas benfeitorias, com uma légua de testada, foi avaliado em 4.000,00. Uma outra sesmariano mesmo sertão de Capivari avaliou-se em 2.000,00. A casa da rua da Praia, onde esteve hospedado o Pe. Serafins, foi avaliada em 100 cruzeiros; a casa de Itu, prédio importante, avaliou-se em 500,00; todavia, o preço dos escravos era elevado; havia-os de 64 cruzeiros até 600 cruzeiros, o que importa dizer que um único escravo, como Antonio Alfaiate, por exemplo, valia seis vezes a casa de Capivari. Em seu testamento feito em Itu, em 1829, deixou estabelecido que os escravos que lhe tocassem em meação, na partilha, ficariam sujeitos aos seus herdeiros somente oito anos, ganhando alforria ao termo desse prazo. Dentre os documentos curiosos existentes naquele processo, encontram-se os seguintes que consideramos dignos de divulgação em trabalho deste gênero, por constituírem material ilustrativo das práticas e linguagem da época.
“Recebi do devedor corenta arrobas de açúcar alvo, que pelo preço geral que se está pagando de cinco tostões vem a ser vinte mil reis. Itu, 18 de maio de 1810 – João Luiz Freire”. Tal açúcar, que Luiz Freire recebeu de Joaquim Garcia, destinava-se à amortização de maior quantia que este lhe devia, por compra feita em 1808, como se declara no seguinte título: “Devo que pagarei ai sr. João Luiz Freire, a quantia de 39$150, procedidos de fazendas que lhe comprei e recebi a meu contento tanto em preço como em bondade, cuja quantia de 39$150 pagarei à ele dito ou a quem este mostrar, da fatura deste a toda vez que me for pedido por ser quantia já vencida, pagando os juros da fatura deste em diante para cuja satisfação obrigo minha pessoa e bens presentes e futuros e dos mais bens amparados por ser verdade mandei passar este, somente por mim assinado. – Itu,1 de janeiro de 1808 – Joaquim da Costa Garcia’. OBS – Diante da educação e do modo de proceder dos nossos ancestrais, pode se justificar a expressão de que também naquele tempo, um simples aperto de mãos, encerrava um grande negócio. Continuaremos na próxima semana.

Cidadania
Continuamos na expectativa de que os componentes do Legislativo e o Executivo cumpram, em benefício da comunidade, o que juraram no dia da posse. Estamos terminando o mês de fevereiro e ainda não notamos nada do que foi prometido. A cidade continua suja e o lixo sendo colocado nas ruas fora dos dias programados. Por acaso estarão os indisciplinados infratores sendo punidos

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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