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Comemorações XIV

17/02/2017

Comemorações XIV

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Para a divisão política que se ia acentuando na Freguesia, muito colaboravam as demandas forenses, oriundas, em grande parte, das questões de caminhos e “passagens”. Como as autoridades locais que formavam os processos e os julgavam em primeira instância, eram nomeadas por indicação dos chefes políticos, estas posições eram chaves e de imediato interesse para todos.
Cremos mesmos que provem daí, dessa primitiva posição de incontestável privilégio a intuição de nossos chefes modernos os quais assentam o seu prestígio eleitoral não em obras de interesse público, mas em meras nomeações de autoridades locais e remoções, exonerações ou perseguições de funcionários, seus desafetos.
Os motivos alegados, para o fechamento das estradas, eram às vezes, dos mais injustificáveis, traduzindo a mentalidade individual do tempo.
Assim aconteceu, por exemplo, com Antonio Pacheco da Fonseca, em 1829, o qual trancou o caminho que levava a Monte Mor e daí a São Paulo, porque se via ele “vexado pela frequência dos viajores”, atravessando as suas propriedades, como se elas não tivessem dono. Foi preciso toda a energia de Antonio Pires, Joaquim Garcia, Manoel José de Almeida e outros, num total de trinta proprietários, que “estavam á dez anos na posse do caminho”, para que lhes fosse reaberto e por mandato judicial.
De igual modo João Hilário Grellet, que fechara à Garcia o caminho de que este se servia em suas viagens a Porto Feliz e Itu, deu causa a violenta demanda no foro ituano para a reabertura da estrada, chegando Garcia a mobilizar um grupo de 15 procuradores, entre os quais o Dr. José Corrêa Pacheco e Silva, Capitão Demétrio José Xavier, Francisco Mariano da Costa(Itu), Dr. José Joaquim de Ornellas, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Capitão Joaquim Barbosa de Araújo(São Paulo), Dr. João Francisco Coelho, Theotonio Ribeiro de Paiva e o Alferes Rodrigo Dias Ferraz Aranha (Rio de Janeiro).
As funções de Juiz Almodacé, que Joaquim da Costa Garcia desempenhava desde 1825, quando do arruamento da Povoação, granjeara-lhe perigosas inimizades, sendo ele, um incidente daquele emprego, vítima da sanha de seus inimigos e desafetos. É que na defesa do plano de arruamento, estabelecido pela edilidade ituana, Garcia não transigia com ninguém e inúmeras vezes, teve que intervir junto aos chegadiços precipitados, evitando, com energia, que açambarcassem grandes áreas ou abrissem alicerces fora do alinhamento convencionado.
Certa vez, um dos interessados confiando no foro de fidalguia e no valimento da poderosa parentela que possuía em Porto Feliz, entendeu de contrariar as ordens de Garcia, incluindo em seus cercados um bom pedaço de rua. Intimado, pelo Almocé, a tornar atrás com aqueles fechos, desatendeu-o em público. Garcia então não esteve pelos autos: fez prender o recalcitrante, trazê-lo amarrado à sua presença, obrigando-o à obediência, após essa cena humilhante.
Excusado será dizer que os fechos foram desfeitos, e o proprietário em seguida, fugiu para Porto Feliz, onde apresentou amarga queixa contra Joaquim Garcia, alegando o “abuso de autoridade, violência e coação” com que este se excedera, no exercício de suas funções. Processado em foro influenciado pela família da vítima em porto Feliz, Garcia foi condenado em 6 de junho de 1831, a sofrer 45 dias de prisão e multa correspondente, porém não chegou a cumprir a pena ou dela recorrer, pois faleceu em seu sítio em Capivari, a 11 de Setembro desse mesmo ano.
Joaquim da Costa Garcia, foi, sem dúvida alguma, um dos vultos mais proeminentes da fundação de Capivari. Morrendo às vésperas da elevação da Freguesia à categoria de Vila, sem deixar descendentes, o seu nome desapareceu das crônicas locais, ficando completamente esquecido, à exceção do seu sítio do Engenho Velho, cujo nome ainda permanece ligado ao bairro em que existiu, nos arredores da cidade.
Muito mais que Martins Taques, que para aqui veio em 1831, falecendo em 1834, tendo somente exercido por um ano a presidência da Câmara, – Joaquim Garcia deu mais de 25 anos de inestimáveis serviços à causa capivariana, contribuindo para o desbravamento da ribanceira do rio, a formação da primeira rua, a criação da primeira capela, a edificação da primeira Igreja, o traçado do arruamento, a elevação Freguesia, a fundação do Município, que não chegou a ver concluída. (Segue)

Cidadania
Ou os mal-educados não estão lendo os nossos apelos para a colaboração com a limpeza da cidade ou estão fazendo propositalmente, “só pra contrariar”, o que é uma confirmação do “espírito de porco” que neles vive, identificado pelo lixo deixado em frente de suas casas ou quintais, manchando a imagem da Cidade Coração(?). Quem passa vê que não estamos exagerando… Uma vergonha!

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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