“A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem divina. O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior. Enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste.” Druso (1)
A peça chave para tomada de decisão em nosso cérebro fica na parte da testa, na área do córtex frontal. Frear os impulsos de nossos desejos e vontades é processado em nosso cérebro pré-frontal. (2)
Quando bebemos, soltamos as rédeas desse “pré-frontal”. Nessa fase de uso de álcool e outras substâncias psicoativas, que inibem o funcionamento dos neurônios, é quando as pessoas ficam mais agressivas, chatas, sonolentas, cometem muitas insanidades, ficando com alguém não muito recomendado e até provocando gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis.
No dia seguinte muitos nem se lembram do que aconteceu na noite anterior ou então têm uma ressaca moral, o retorno à normalidade do pré-frontal desperta a razão e aí se lembram dos absurdos que fizeram, como agiram ou falaram.
É certo que o cérebro é um instrumento maravilhoso, que devemos agradecer todos os dias pelo seu funcionamento pleno, mas ele é um instrumento do nosso espírito. Ele não governa, quem comanda somos nós.
Portanto, para corrigir um defeito de caráter ou resistir a uma compulsão (tentação) temos que ter em mente que todo pensamento pode ter duas fontes de origem. A nossa imperfeição ou uma influência que age sobre nós, seja de pessoas encarnadas ou de espíritos desencarnados.
Mas, ninguém está desamparado: se podemos sofrer assédios inferiores, podemos receber inspirações e orientações superiores de nosso anjo guardião ou espírito protetor (3). Todos aqui na Terra têm um pai e uma mãe – e na vida espiritual da mesma forma. Nossa família universal é muito extensa e sempre tende a crescer e melhorar.
Aos dependentes químicos, e especialmente aos alcoólatras recuperados, o primeiro gole é fatal. Porque a principal ação do álcool no cérebro concentra-se em dois neurotransmissores – a dopamina e o GABA. Se o dependente fizer uso de uma primeira dose, a substância rapidamente alcança o centro de recompensa cerebral, responsável pela sensação de prazer, a dopamina vai às alturas na presença de álcool. O GABA, por sua vez, um tranquilizante produzido no cérebro, tem seus níveis reduzidos pela bebida. Dessa forma, com a dopamina no alto e o GABA em baixa, o registro na memória da satisfação proporcionada pelo álcool é muito intenso, o que faz com que o cérebro queira repetir a sensação.
Está aberto o alçapão do vício. É na borda dele que se equilibram os bebedores de risco (4). As estatísticas apontam que o Brasil está acima da média mundial de consumo per capita, que é de 6,4 litros por ano. A nossa é de 7,8, muitos precisando de tratamento ou de orientação de especialistas, o que muitos não querem fazer, enquanto outros não têm recursos para tanto.
Segundo a revista Veja: “Não à toa, o termo ‘ressaca’ registrou um volume maior de buscas no Google em 2018 do que insônia ou resfriado”.