11/11/2016
Comandante da PM fala sobre furtos e segurança na cidade
Sargento Balceiro falou sobre os recentes casos de furto e deu dicas de segurança para inibir a ação dos bandidosRAFARD | Em entrevista exclusiva ao jornal O Semanário, o comandante da Polícia Militar de Rafard, 1º Sargento João César Balceiro de Freitas, falou sobre os recentes casos de furtos ocorridos na cidade.
Ele afirma que os furtos foram casos isolados e que Rafard continua sendo uma cidade tranquila para se viver. Prevenção, exposição em redes sociais e os riscos de abordagens de estranhos na porta de casa também foram temas abordados. Confira a entrevista:
Jornal O Semanário Regional – No final deste último mês de agosto duas casas foram furtadas no mesmo dia no Jardim Ana, em Rafard. Ao que tudo indica pelo mesmo grupo de infratores. Na metade do mês de setembro outras duas casas foram invadidas na mesma semana. Diante dos fatos, moradores afirmam que a cidade não é mais tão segura como antes. Como a Polícia Militar avalia estas afirmações e a sensação de insegurança dos moradores?
João César Balceiro de Freitas – É preciso esclarecer alguns pontos. Não é que estão roubando demais em Rafard, como vimos em muitos depoimentos em redes sociais, o que aconteceu foram casos pontuais de furtos em residências. Poderia se dizer que estão roubando demais se estivesse acontecendo casos de roubos à mão armada, usando de força maior. Outro ponto é que se considerarmos por porcentagem, por exemplo, em setembro de 2015, não houve nenhum caso de furto, já em setembro de 2016 tivemos dois, em porcentagem seria um aumento de 200%, mas foram dois casos. Num município de 8 mil habitantes, estes casos de furtos podem acontecer, porém, Rafard ainda é uma cidade tranquila que podemos andar pelas ruas, falar com as pessoas e morar com certa tranquilidade.
O Semanário – A que fatores podem ser atribuídos os casos de furtos nas residências em Rafard? Pode estar ligado ao consumo de drogas, com a troca ou venda dos produtos furtados?
Balceiro – Sim, pode estar ligado ao consumo de drogas, onde eles vendem ou trocam os objetos furtados. Temos problemas com drogas sim, como em todas as outras cidades do Brasil, infelizmente é algo impossível de exterminar. Porém, existe também outra motivação que pode atrair os infratores para as cidades pequenas. Capivari e Rafard são cidades com muitas saídas, estamos na rota de passagem das grandes cidades. Então, se os delinquentes percebem que a cidade pequena é mais tranquila, eles vêm fazer furtos aqui, porque nos grandes centros é mais difícil, por conta da criminalidade já estar saturada e há mais recursos de policiamento. Infelizmente, a criminalidade acaba migrando para os municípios menores.
O Semanário – Hoje, a Polícia Militar atua com efetivo e viaturas suficientes? Há deficiências que poderiam melhorar o trabalho da Polícia?
Balceiro – Não tem o que fazer para aumentar o efetivo da Polícia Militar. Agora estão abertas 5.400 vagas para novos policiais, mais isso é para atender a todo o Estado de São Paulo. Antes, o salário era um atrativo, hoje está tão defasado, que não é mais. Todas as cidades trabalham com deficiência seja no número de policiais ou no número de viaturas. Temos que continuar fazendo a nossa parte com um bom trabalho.
O Semanário – Moradores relatam que já foram abordados por pessoas desconhecidas que oferecem venda de produtos ou dizem que estão arrecadando óleo de cozinha usado. Isso pode ser uma atitude mal intencionada, com chance de furto, por exemplo?
Balceiro – Sim pode. O que acontece, é que o individuo vem na sua casa oferecer alguma coisa para vender ou algo para doar. Muitas vezes, isso é um disfarce, pois eles vêm só pra sondar a casa, e aqui em Rafard já aconteceu casos de pessoas com conversas estranhas pedindo óleo usado. Eles chamam nas casas, aí as pessoas atendem, então eles sabem que naquele horário vai ter gente na residência. Depois ele bate no vizinho e não saí ninguém. Assim eles sabem quem fica em casa e quem geralmente não está em casa. Mais uma vez é importante o morador discar 190, se perceber este tipo de atitude na porta da casa.
O Semanário – A exposição frequente nas Redes Sociais, como Facebook, é um risco para possível furto em residência?
Balceiro – Sim, é um risco. Facebook é um problema seríssimo, pois todo mundo vê o que tem dentro da sua casa, qual a sua rotina, seus horários e até mesmo se você vai viajar e quantos dias vão ficar fora. As pessoas estão expostas, e isso é muito perigoso. É a mesma coisa que eu dizer “olha ladrões, estou viajando, podem vir sossegados na minha casa”. A Rede Social traz benefícios, mas tem que saber usar.
O Semanário – Em Mombuca foi criado um grupo no aplicativo wattsapp entre a Polícia Militar, moradores e comerciantes. Quais os resultados desta iniciativa? Será criado o mesmo grupo em Rafard?
Balceiro – Em Mombuca este grupo já funciona muito bem. Os moradores e comerciantes nos avisam sobre a presença de pessoas estranhas ou carros com placas de fora. É uma ferramenta que ajuda e vamos implantar também em Rafard, acredito que será preciso dividir a cidade em setores para facilitar os contatos. Isso não é 100% eficaz, mas ajuda, pois vamos ter uma comunicação melhor com a comunidade. É bom, mas é importante deixar claro que o grupo não substituí o 190. Qualquer atitude suspeita na cidade ligue 190.
O Semanário – Quais são as atitudes que o morador deve ter em sua rotina para prevenir furtos?
Balceiro – Algumas práticas básicas precisam ser adotadas no cotidiano, como por exemplo, antes de sair de casa verificar as trancas de portas e janelas, e caso, seja fechaduras frágeis é preciso trocá-las, quanto mais fácil de arrombar, mais fácil de furtar. É preciso sempre olhar se nas proximidades das casas há pessoas desconhecidas ou carros estranhos. Se perceber algo diferente, o morador deve ligar 190 e informar a Polícia. Ao chegar em casa, antes de entrar com o carro na garagem, é sempre bom olhar se não há ninguém desconhecido no quarteirão. Estas atitudes sempre ajudam na segurança.