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Com pouca chuva, dias correm sem enchentes

24/01/2014

Com pouca chuva, dias correm sem enchentes

Segundo Defesa Civil, precipitações previstas para o final de dezembro e o começo de janeiro não aconteceram
Em 2014, esta cena não se repetiu (Foto: Arquivo/Túlio Darros/O Semanário)

CAPIVARI – 140 famílias vivem em áreas de risco de alagamento. No entanto, ultimamente essas pessoas “andam” com sorte, pois 2014 chegou sem muita garoa, algo pouco comum dentre as viradas de ano capivarianas. Segundo o diretor da Defesa Civil Ricardo Lourenço de Souza, o nível normal do Rio Capivari é de 80 centímetros. Com poucas chuvas, esse nível oscila entre 70 centímetros e um metro, “devido às águas oriundas das cidades vizinhas – Campinas, Hortolândia e Monte Mor”.

Acontece que ao contrário do ano passado, em que choveu até no período de seca, as precipitações preditas não ocorreram. Para Souza, o fato também pode ser resultado das ações preventivas realizadas pela Defesa Civil, como a “Operação Limpeza” na barragem da Leopoldina, por onde cursa o leito do rio e ficam acumulados lixos e outros detritos (como troncos, galhos, pneus e garrafas pet), e o cadastro no Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidec).

“No Sidec são inseridos diariamente os índices pluviométricos de Capivari e de todas as defesas civis do estado. Dependendo do acúmulo das cidades vizinhas, solicitamos a abertura das comportas da barragem, além de realizarmos longas rondas em locais passíveis de alagamentos – mapeando as áreas de risco – e constante monitoramento da régua (nível do rio)”, explica o diretor.

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De acordo com Souza, as cheias acontecem quando um leito recebe uma quantidade de água da chuva, que é maior do que a capacidade comportada. Então o rio transborda. Além disso, o lixo deixado em local inadequado, até mesmo no próprio rio, agrava ainda mais o problema.

Uma pesquisa feita pela Defesa Civil, com base no depoimento de moradores mais velhos e fotografias do museu, aponta um histórico de décadas de enchentes nas áreas mais baixas de Capivari, sobretudo às margens do rio, com destaque para as enchentes dos anos 1970 e 2009.

Isso mostra, principalmente, que é preciso conscientizar a população quanto à poluição do Rio Capivari, assim como o perigo de morar próximo dele. “Em 2013, realizamos palestras nas escolas, com a distribuição de materiais educativos, como cartilhas e filipetas [folhetos] com temas sobre enchentes, tempestades, afogamentos, estiagem e ‘Operação Corta Fogo’, apostando na educação”, afirma Souza.

Porém, não só os pequenos devem ser conscientizados. Os adultos igualmente precisam ficar cientes do seu papel na sociedade como cidadãos, e urgentemente aplicá-lo, dando exemplo às crianças… e a si mesmos.

Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), no mês de dezembro Capivari e Monte Mor solicitaram à Fundação Agência das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Agência PCJ), a contratação do programa de macrodrenagem da bacia do Rio Capivari.

O plano consiste num conjunto de ações estruturais e não estruturais para o controle de cheias e inundações, por meio de recursos próprios ou conquistados junto aos governos federal e estadual. Contudo, os municípios ainda aguardam a aprovação da agência.

 

Chove ou não?

De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), todo o estado tem enfrentado dezembros muito secos nos últimos anos. Em dezembro de 2013, as chuvas se concentraram no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, não ocorrendo as tradicionais chuvas de verão em São Paulo.

Segundo Schneider, a falta de chuva pode trazer uma série de problemas para os municípios que, além do calor excessivo, enfrentam dificuldades com o abastecimento dos reservatórios de água, quantidade que pode fazer falta no inverno. Todavia, o meteorologista assegura que as tempestades na região estão por vir e irão reverter a situação, podendo inclusive provocar os transbordamentos dos rios.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), equipado com radares meteorológicos que realizam a previsão do tempo com até 15 dias de antecedência, garante que não vai chover muito durante as duas primeiras quinzenas de janeiro. “Entre 1º de dezembro de 2013 e 31 de março de 2014, período com maior incidência de chuvas, realizamos a ‘Operação Verão’, estipulada pela Cedec”, conta o diretor da Defesa Civil.

Ele esclarece também que o monitorando ocorre de forma intensiva “para que possamos realizar os trabalhos preventivos e minimizar prejuízos econômicos e sociais que este período traz para nosso município e aos adjacentes”, completa.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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