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Com encenação anti-homofóbica, parada gay de Piracicaba reúne 3 mil

Movimento LGBT citou morte de travesti em agosto e ameaças à vereadora. Passeata saiu da Vila Rezende e seguiu até o Engenho para encerramento.

Parada LGBT de Piracicaba promove protestos anti-homofobia em Piracicaba (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

A sexta parada de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) de Piracicaba (SP) reuniu aproximadamente 3 mil pessoas, na Vila Rezende, neste domingo (25). O evento contou com uma encenação contra agressões e mortes a homossexuais e uma passeata, que terminou no Engenho Central em protesto contra a homofobia. Veja galeria de fotos.

O evento fez críticas às mortes por intolerância sexual na região de Piracicaba e homenageou a vereadora eleita Madalena (PSDB), cujo nome de batismo é Luiz Antônio Leite, primeira travesti a ocupar um cargo público na história da cidade. A líder comunitária, inclusive, vem sofrendo ameaças desde o resultado das eleições de outubro.

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Cartazes alertavam contra diferentes tipos de preconceito (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

Além da festa e dos shows programados para o dia, a organização da parada ainda lembrou o homicídio da travesti Larissa Góes, em agosto deste ano. Ela foi encontrada morta em um acostamento da rodovia Cornélio Pires (SP-127), que liga a cidade a Tietê.

Encenação anti-homofobia
Junto com a leitura de textos e estatísticas sobre a violência contra a comunidade LGBT, um grupo de atores interpretou um texto que trazia a relação de mortos por intolerância. A cada tipo de morte, o ator representava o personagem caía ‘morto’. Travestis também narraram relatos sobre a própria vida e as dificuldades que enfrentaram dentro de casa. Dois trios com sistema de som deram suporte na leitura das mensagens e serviram para animar a passeata com DJs ao longo da tarde de domingo.

O presidente do Centro de Apoio à Vida (Casvi) e organizador do evento, Anselmo Figueiredo, destacou o apoio de instituições públicas para a realização da parada, uma vez que não há leis municipais que garantam o evento. “Apesar do preconceito e do conservadorismo, recebemos apoio do poder público. Em algumas cidades o prefeito diz que não quer e a parada não acontece”, disse.

Figueiredo ressaltou que a homofobia resulta em um crime que prejudica toda a sociedade, inclusive quem não é homossexual. “Quando escolhemos o tema, nós não falamos somente da ala LGBT, pois há heterossexuais que também sofrem por terem familiares homossexuais. A homofobia não acaba só com a vida da pessoa, ela mata o sonho, o desejo, a autoestima. As pessoas têm que se esconder, ser o que não são simplesmente por causa do preconceito.”

Trios elétricos animaram festa com doi DJs durante parada LGBT (Foto: Thomaz Fernandes/G1)

 

Vila entra na festa
Os moradores da região da Vila Rezende, onde houve a concentração da parada, saíram de casa para acompanhar as manifestações. A aposentada Alzira Rodrigues Novais, de 65 anos, destacou o bom humor dos participantes. “É uma turma muito animada e que se comportou muito bem. É um evento muito legal”, disse.

 

Fonte: G1

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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