Na foto que ilustra esta publicação, vemos o imponente prédio do Círculo dos Operários, onde após a Emancipação de nossa cidade, funcionou a Primeira Administração do prefeito Genaro Vigorito, e, onde foi instalada a Primeira Câmara de vereadores, cujo primeiro presidente foi Luiz Ortolani.
O velho Círculo foi usado para diferentes eventos, foi palco para peças de teatro, foi escola, local de formatura e entrega de diplomas. Aí tivemos festas de casamentos e até bailes, onde todos que por aí passaram, viveram dias maravilhosos, dignos de relembrados, pois foram os melhores dias vividos pelos moradores de nossa querida Rafard, palco de muita história e estórias…
No mesmo salão, onde à noite eram realizadas as sessões da Câmara Municipal, também era ministrado o curso de corte e costura por dona Vally Eni Bósio, que com sua didática e seu dom de ensinar, transformou a vida de muitas jovens, que terminado o curso, passaram a costurar para a família, e até ganhando a vida, costurando para outras pessoas.
Entre muitos outros cursos, houve um período, que também no Círculo se ensinava a música e aulas de canto. Era também onde tínhamos a biblioteca para consulta dos alunos.
Até os serviços de correio passou a funcionar por algum tempo no Círculo, após a demolição do prédio dos Pellegrini & Ortolani, para ampliação da rua José de Moraes Barros. Aí era o escritório de contabilidade do sr. Armando De Biasi, que anos depois, passou para Rubinho Pellegrini.
No Círculo, tínhamos dentista, farmácia, e o protético Misael, que depois de passados muitos anos, ainda continua melhorando o sorriso de muitos moradores da nossa e de outras cidades…
As lembranças mais traumáticas, ficam por conta da farmácia por onde passaram muitos profissionais, que foram cada um em sua época, o “terror” da criançada, pois quando nossa mãe subia aquelas escadas, puxando-nos pelo braço e com uma receita na outra mão, ao ver a seringa de injeção na mão do farmacêutico, era choro e ranger de dentes.
Os mais lembrados como algozes de muitos são os srs. Mário e Toninho Gimenes, e os dentistas sr. “Doda” e Dr Vitor. Naquele tempo, as seringas, mais pareciam uma “arma” e a agulha de injeção era quase da grossura de um bico de bomba de encher bola de capotão, e ainda todo esse aparato vinha dentro de uma “caixinha metálica” que até o barulho ao abrir aquilo, era coisa de meter medo em qualquer criança…
Mas, passando para amenidades, a escadaria que dá acesso para dentro do prédio, foi local de encontro de muitos casais de namorados.
Como puderam perceber, parece para muitos tratar-se de uma simples foto, mas, para aqueles que não deixaram morrer em seu íntimo os bons tempos vividos, as boas coisas que valem a pena recordar, fizemos juntos uma viagem de volta ao passado, como no filme e repito, recordar é preciso, pois das boas recordações, também se alimenta a alma humana.