Tive o privilégio de visitar Chico Xavier em três ocasiões enquanto ele residia em Uberaba, e confesso que me emocionei muito com sua bondade, e com a simplicidade daquele núcleo espiritual com a tabuleta na parede: Esta casa é de propriedade de Francisco Cândido Xavier: Grupo Espírita da Prece.
A primeira visita foi por ocasião de meu casamento, em dezembro de 1975. A segunda foi em 1977, ano do nascimento de meu primogênito, em quem depositei grande alegria e esperança para o futuro. A terceira visita foi junto com amigos espíritas de Capivari e Rafard, entre eles uma pessoa que já era muito conhecida do médium, Dionino Ângelo Colaneri, em março de 1979.
Nesta ocasião ele nos abraçou, falou de Tarsila do Amaral e gravou uma mensagem, lida de uma de suas cartas psicografadas da poetisa Maria Dolores, de título: Alimento e vida, que temos guardada até hoje em antiga fita-cassete, extraída do livro Coração e vida.
Neste encontro informal com o médium, solicitamos ao Chico Xavier falasse algo sobre outro capivariano, o poeta Rodrigues de Abreu, que ditou para ele diversas mensagens e revelasse algo para os capivarianos que estávamos gravando para os amigos do CE João Moreira e também para o jornal Caminho de Luz.
Chico Xavier então comentou: – “Eu gostaria de ter aqui um livro que é portador de diversas mensagens do nosso Rodrigues de Abreu. Ele se comunicava conosco em Pedro Leopoldo, frequentemente e as produções dele não estão todas enfeixadas em livro, porque muitas delas ainda estão em Pedro Leopoldo a espera de lançamento. Só mais tarde é que eu vim a saber que ele era também capivariano; e eu me lembro com muito carinho da notícia de Da. Tarsila do Amaral a respeito de um busto que ela teve o prazer de executar lembrando esse nosso grande patrício. Rodrigues de Abreu é um espírito maravilhoso, ele se acrisolou no sofrimento e hoje ele é para nós um mensageiro de luz da vida maior para a terra”.
Sabedor desse fato falei para Chico do desejo de publicar um livro do poeta Rodrigues de Abreu, que tem participação no primeiro livro psicografado por ele, Parnaso de Além-Túmulo, com outros poemas que porventura ele tivesse ditado naqueles últimos anos.
Ele, generosamente, explicou-me que para ocorrer isto precisaria ir ao baú de mensagens, que era enorme, fazer uma seleção e, junto com o autor espiritual, rever. Também não disse se faria ou não. Apenas se calou. E eu entendi o recado.
Nestes trinta e quatro anos da Editora EME – ela começou em Conchas-SP em março de 1982, com o livro Mensagens de esperança, do professor Celso Martins, com revisão e prefácio do doutor Walter Radamés Accorsi –, publiquei diversos livros falando sobre o médium, alguns com mensagens de sua psicografia, retiradas de outros livros, como o nosso sucesso editorial Mensagens de saúde espiritual, em 18ª edição e com 120,5 mil livros distribuídos.
Agora estou tendo a feliz oportunidade de publicar um livro do qual uso as histórias (emocionantes e esclarecedoras, da vida no mundo espiritual) há décadas em minhas palestras, fatos relatados por diversos espíritos, inclusive de duas crianças, que explicam o porquê de morrer tão jovem. A obra tem o título de Correio do Além.
Correio do Além, prefaciado por Emmanuel, traz em seu bojo 12 espíritos que retornam para contar sua nova vida, o encontro com pessoas queridas que “tomaram o trem” antes deles e com quem se encontraram na “estação do Além” – sim, porque ninguém perde ninguém com a morte, porque não somos objetos, para nos perdermos… Somos seres espirituais temporariamente estagiando nesta dimensão, e todos gravitamos em torno do Criador, que é nosso Pai.
Além deste livro com a Editora CEU, nossa parceria está programando lançar mais os seguintes livros: Hoje, do espírito Emmanuel; Relatos de uma vida, do espírito Irmão X; Caminhos, do espírito Emmanuel; e Antologia da Esperança, de Emmanuel e autores diversos.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.
