Chico Xavier foi o médium que recebeu mais livros e mensagens dos espíritos; como ele mesmo diz: “sou apenas o carteiro”. Allan Kardec foi o codificador da doutrina espírita; ele colhia em várias partes do mundo as respostas que fazia a uma mesma pergunta para ter o embasamento da “universalidade dos ensinos dos espíritos”.
Allan Kardec se manifestou algumas vezes na França e no Brasil, mas considero que o trabalho dele já tinha se completado com a publicação dos cinco livros mais importantes até então do Espiritismo.
Três pessoas do relacionamento do médium mineiro, um filho que ele criou, um médico que o atendia e uma espírita de longa convivência com ele afirmaram ao programa Fantástico que ele teria deixado um código.
Será necessário? Não, ele recebeu milhares de comunicações que se transformaram em livros, e outras milhares de cartas consoladoras para as famílias. Nestas, as informações de como se dera a morte, o recebimento no Além pelos entes queridos, e lembranças que apenas a família tinha, serviam de prova de sua veracidade. Algumas foram até usadas no tribunal do júri.
Ouvi vários espíritas do Brasil a respeito desse código. O médico do interior paulista, Dr. Geraldo de Tarso, diz: “Não acredito nesse tipo de código. Não havia nenhuma necessidade de fazer”. O professor de direito Dr. José Lázaro Boberg, do interior do Paraná, me escreve: “Eu ouvi dizer que tinha um código. Particularmente, tenho dúvida”. Do Rio de Janeiro, o presidente da AME, Dr. Américo Domingos Nunes Filho, informa: “Acredito que essa informação foi para assustar alguns médiuns, mas não adiantou, eles publicam livros nos quais afirmam ter recebido o Chico, sem aprovação de ninguém, pela psicografia ou pela psicofonia, que não revelam nada da vida espiritual e nem de seu tempo no Brasil”.
Muitas pessoas questionam se os espíritos podem se comunicar, porque esses líderes não se comunicam provando a imortalidade da alma. Essa pergunta foi feita num programa de rádio por um ouvinte. E eu perguntei se ele acreditava, disse que não. Perguntei se tinha uma religião, me respondeu que era cristão.
Então eu relatei três passagens do cristianismo que provam a imortalidade, a vida no Além e a individualidade do espírito, ensinada por Jesus e relatada pelos evangelistas: o homem rico e o mendigo Lázaro, Lucas 16:19-25; o aparecimento de Moisés e Elias junto de Jesus, Mateus 17:1-13; e por fim o encontro do discípulo que, além de não crer, ainda fazia exigência de tocá-lo, Tomé e Jesus diz: “bem-aventurado aquele que crê sem ver”, João 20:26-29.
Acredito que espíritos elevados como Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, Allan Kardec e Chico Xavier, entre outros, cumpriram sua missão aqui na Terra e não precisam voltar para provar nada, assim como Jesus; continuam na Vida Espiritual trabalhando para auxiliar a humanidade em outros projetos mais nobres e elevados.
Temos, de nossa parte, que ter o cuidado de ajudar aqueles que têm carência e buscar acender sua fé, com humildade.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.