A morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção, iluminando-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com os seus espetáculos de grandeza.
Chico Xavier
Morte é apenas uma passagem para a vida espiritual, uma mudança; lá somos aquilo que realmente somos, sem máscaras.
Velórios nos fazem refletir sobre a beleza da vida, a sublimidade do amor e grandeza da Criação.
Espiritualmente nos conscientizamos da insignificância da existência na Terra em relação à imortalidade da alma, e já sabemos que somos seres espirituais treinando para a vida imortal.
Chico Xavier foi consultado com essa indagação: por que morrem os jovens?
O médium, baseado em sua experiência de muitas décadas na mediunidade com diálogos com seus protetores, respondeu: “dizem os Benfeitores Espirituais que a maioria dos jovens desencarnados são companheiros complementando determinados resgates na lei de causa e efeito”.
Sócrates, o precursor do cristianismo, tinha plena convicção de que a vida continua. Em seus diálogos, questiona que se a morte fosse o nada, seria muito ruim para a sociedade, porque os maus não teriam do que se arrepender: “Se a morte fosse mesmo o fim de tudo, seria isso um ótimo negócio para os perversos, pois ao morrer teriam canceladas todas as maldades, não apenas do seu corpo, mas também de sua alma”.
O Censo 2010 trouxe o número de mortes no Brasil, pela primeira vez ultrapassando a casa do milhão: entre agosto de 2009 e julho de 2010, somaram-se 1.034.418 mortes. Uma curiosidade é que para cada 100 mulheres mortas, são 133 homens.
Vítimas de acidentes de trânsito entram nas estatísticas das mortes violentas. Os dados do Censo 2010 do IBGE mostram o impacto dessa tragédia na juventude brasileira, homens entre 20 e 24 anos: um grupo de alto risco, de acordo com os dados do último Censo. Nessa faixa etária, para cada grupo de 100 mulheres que morreram, o Brasil perdeu também 420 homens. A diferença entre os sexos impressiona, e ainda é maior em algumas regiões. Em Alagoas, são 798 homens para cada 100 mulheres mortas.
A morte dos jovens produz um trauma muito grande na família. O engenheiro Fernando tenta se recompor diante da morte do filho Fabrício, após este sofrer um violento acidente de carro, quando estava de carona no banco de trás do veículo: “A perda de um filho eu diria que é a dor mais forte com que uma pessoa possa ser acometida”, lamenta.
Segundo especialistas, no mundo todo, os homens são as maiores vítimas de mortes violentas, principalmente na juventude, porque costumam correr mais riscos do que as mulheres. Também preocupam aos pesquisadores essas estatísticas alarmantes de morte de jovens no Brasil: “São algumas gerações que nós estamos perdendo em função da violência. Isso pode, a médio prazo, ter um impacto muito grande no perfil demográfico do país”.
Votando ao tema da morte em geral, alguns pontos são importantes:
1º.) Alguns temem a morte… Tolice; todos vamos desencarnar um dia. Pensando assim, é inútil ter medo da morte.
2º.) Acham que morrer dói. Não. Morrer é se libertar das amarras do físico, é como dormir e ter bons sonhos. O espírito experimenta uma alegre sensação de alívio e liberdade do peso do corpo material, e percebe que existe separado da forma humana; aqueles que acreditam que morrer é dormir, aposentar, descansar, podem tirar o cavalinho da chuva, porque a vida continua e tudo que existe aqui é uma cópia imperfeita da vida espiritual. Inclusive, se a vida continua, os casamentos e a família também…
3º.) Morte não é castigo, é experiência e aprendizado para aqueles que retornam à vida espiritual e para os seus familiares. Nesse sentido, Chico Xavier recebeu uma mensagem de seu mentor espiritual, Emmanuel, orientando:
“Ninguém parte ao chamado da Vida Eterna senão para transformar-se. Morte do corpo é crescimento espiritual.
O túmulo numa esfera é berço em outra. E como a função da vida é renovar para a perfeição, transformemo-nos para o bem, desde hoje”. (1)
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.