Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Chico Xavier e a Faculdade da alma

Jovem morto por afogamento em Americana-SP se comunica em gíria com amigos e familiares

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Chico Xavier, nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um modesto vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica e piedosa.

Segundo alguns biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversar com eles.

No livro de Ramiro Gama Lindos casos de Chico Xavier, a senhora Dayse conta-nos o que lhes sucedeu ao verem o Chico pela primeira vez, quando visitavam Belo Horizonte:

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– Tínhamos uma vontade imensa de conhecê-lo. Mas achamos isto tão impossível que nada tentamos para ir a Pedro Leopoldo. Mas, uma noite, às vésperas de regressarmos ao Rio, quando Lauro Pastor acabara sua conferência, finalizando a Semana do Livro Espírita, é que vimos o grande médium sentado junto aos que compunham a mesa da magnânima sessão.

Quando tudo terminou, espontaneamente, vem ao nosso encontro o Chico, numa atitude tão simples e tão fraterna, como se nos conhecesse há anos. Olha para mim e pronuncia meu nome: D. Dayse. Delicadamente corrijo-lhe a pronúncia, verificando que nada sabe de inglês. E ele, natural e humildemente, justifica-se:

– É que estou lendo seu nome como ele é escrito.

Mais tarde, verificamos que, de fato, olhando as pessoas, lê seus nomes.

Na sessão do “Luiz Gonzaga” chegam irmãos que passaram anos sem vê-lo, e ele, Chico, lhes pronuncia os nomes, particulariza casos, como aconteceu com o cadete Ulisséia, a quem só viu uma vez. Decorridos três anos, quando o viu entre muitos, citou-lhe o nome, o que surpreendeu e encantou o jovem militar espírita.

Mas o fato relatado no livro Jovens no Além é mais surpreendente, com diversas mensagens do espírito Jair Presente, que desencarnou em Americana-SP, falando em gíria com o velho médium Chico Xavier, em cartas endereçadas aos seus familiares.

“Vocês não me veem, mas nunca fui Jair Presente como agora estou presente, apenas presente, para um abraço no rancho. Cumé quié, e o Sérgio? (…) Não me levam a mal se escrevi hoje um tanto adoidado; Deus é Pai de nós todos e sabe que as palavras são roupas de coração, e o coração está quente de carinho e gratidão a vocês e por vocês todos.”

E falando sobre a vida espiritual e a morte na Terra confirmou:

“A vida está caminhando e o trem da mudança despeja caras e amizades aqui todos os dias. Desejo a todos vocês muita saúde e alegria, paz e vida longa; cultivemos o amor, aquele bom amor que melhora a gente, sem complicar ninguém, e queiram-me bem, que eu estou cada vez mais vidrado em vocês. Gama pura.”

Tanto a família Presente como os amigos e estudantes da Unicamp reconheceram nas mensagens o jovem Jair Presente, que retornou da morte para dar seu recado pelo generoso médium Chico Xavier.

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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