Sou o silêncio e solidão que nela adentram
subindo mil degraus até o cimo de minha catedral
perpassando por tantos santos que nem sei
santos estranhos, ladeados de velas, incensos e castiçais;
indeciso e titubeante, nem indaguei
se eram milagrosos, clarividentes ou pobres mortais.
Procuro um milagre que não aparece;
mesmo depois da prece
com meus amuletos
nem epifania acontece.
Sou o último dos templários
de uma catedral herética;
itinerante, busco incessante
saciar os desejos de minh’alma
sob os ventos fortes que vem do norte
badalar os sinos tristes das catedrais
anunciando sentenças de morte
de quem sofre e murmura seus ais.
A vida é longa – eu insisto:
os sonhos são breves e eu
incansavelmente existo!