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Casa de Tarsila do Amaral é patrimônio histórico cultural, diz Condephaat

O Diário Oficial do Estado de São Paulo divulgou no dia 17 de dezembro de 2011 decisão do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Cultural do Estado de São Paulo, decisão sobre o Tombamento da Fazenda São Bernardo e da casa onde nasceu e viveu na infância a artista plástica Tarsila do Amaral (1886-1973).
Segundo o Condephaat, a casa e seu entorno, que abrange as casas, capela, laboratório, escola e outras partes, são patrimônio histórico e cultural e devem ser preservados. O imóvel pertence à empresa Radar (Grupo Cosan). De acordo com o Conselho, por meio de sua Assessoria de Imprensa, o tombamento não muda a propriedade mas impede sua descaracterização. Portanto, as obras de restauração e manutenção são de responsabilidade do proprietário. Explica ainda que o Conselho não tem recursos próprios. A alternativa é pleitear verba via leis de incentivo, como o Plano de Ação Cultural (ProAC) do governo do Estado.
A assessoria de imprensa da Radar foi questionada sobre possíveis projetos de preservação e restauração do imóvel. A assessoria de imprensa informou que pretende preservar a Fazenda, “como forma de conservar a memória cultural da cidade”.
Em fevereiro de 2011, numa visita às fazendas Itapeva e São Bernardo, representante da Radar, disse que a empresa tinha interesse na preservação e restauração das capelas localizadas nesses locais. Na ocasião, o vice-prefeito Heitor Turolla garantiu ao Padre Antonio Carlos D’Elboux, que também acompanhava a visita, que a empresa se responsabilizaria pelos custos e que a Prefeitura cederia a mão de obra.
Turolla explica que a Radar garante que deseja ajudar a prefeitura na conservação da São Bernardo. Ele ainda afirma que a atual administração tem muito interesse em fazer um memorial ou museu em homenagem à Tarsila. O vice prefeito afirma que pessoas do mundo inteiro passam por Rafard querendo entrar na casa histórica onde nasceu Tarsila do Amaral. “Infelizmentee as portas estão sempre fechadas, e por isso o tombamento é uma grande conquista”, diz.
Mas ao contrário do vice prefeito, a Coordenadora de Cultura do Município de Rafard, Lígia Scarso, afirma que a Prefeitura não deseja e não irá intervir na preservação da Fazenda, porque se trata de bem particular.

Acervo Histórico
Cultural
Há cerca de 10 anos, o Casarão da São Bernardo abrigava o acervo histórico da artista plástica Tarsila do Amaral. Mas um desentendimento entre a família de Tarsila e empresários rafardenses que arrendaram o local e fizeram ali um restaurante, obrigaram o fechamento do comércio e do acervo. Esse, teve que ser transferido para a antiga Estação da Fepasa, onde hoje funciona o Memorial Tarsila do Amaral.
Sem movimento e sem investimento particular ou público, a Fazenda São Bernardo está abandonada. O mato cobre a visão de quem almeja espiar um pouquinho e reviver por imaginação os belos tempos em que Tarsila brincou nos jardins do casarão e ali se denominou “a caipirinha da São Bernardo”, projetando em sua mente as mais famosas obras de sua carreira.
A Fazenda onde a artista nasceu e passou parte de sua infância está hoje abandonada. A antiga escola que existia no local foi destruída, restando apenas escombros. A capela está fechada e as casas abrigam funcionários da usina Rafard. E o Condephaat afirma que o abandono e a destruição do local, agora, com o tombamento, deixam o proprietário passivo de ser acionado judicialmente e, se constatadas essas irregularidades, sujeito às penalidades previstas na lei.

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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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