13/01/2017
Carta aberta à Câmara Municipal de Rafard
ARTIGO | Estamos enojados com o mau comportamento dos nossos políticos. Legislam em causa própria ou partidária. Fraudam o erário, gastam exorbitantemente a já faustosa receita, vivendo vida nababesca contrastando com a pauperidade popular, passam mais tempo de férias e para solucionar conflitos entre o legislativo executivo e para resolver condutas antiéticas dos seus pares do que para discutir como melhor qualificar a vida dos seus munícipes que lhes pagam os impostos. Os Lava-Jatos que o digam! Isto é lá com a cúpula administrativa federal! Poderão retorquir os Senhores. Não! Não é! Tivemos reuniões por quadriênios quase inteiros para minimizar os atritos entre os poderes, enquanto Rafard ficou estagnada. Gilberto Dimenstein escreveu lá pelos idos dezembro de 1980, o artigo “Brasil idiota”. Nele relata a estatística: metade dos estudantes de jornalismo não leem jornal, na faculdade de Letras (onde se formam professores de língua portuguesa), 80% não manejam corretamente o português, menos da metade os universitários lê de 1 a 3 livros por ano (a media devia ser 8 livros), 9 dos 10 cursos de faculdades foram reprovados… Folha de S. Paulo 6/12/1998. Temo que alguns políticos não saibam o que é política, nem leiam sobre o tema. Nunca leram Aristóteles, Rousseau, Kant, Maquiavel e nem a Bíblia sobre política. Política é palavra grega composta de “poli” (cidade) + tecnia (habilidade); a arte ou habilidade de governar. Do termo poli temos a palavra “polido” (o que brilha, educado, cidadão, culto, gentil…). O político carece desses característicos. A etimologia pode inspirar na busca da sabedoria e força para fazer o que é correto não aquilo que (partidos) lhes mandam.
A Câmara passa por renovação, novas mentalidades, novos propósitos, novo ano, novo ânimo. A expectativa dos cidadãos aguarda a mudança de atitude, legislem para o bem do Município, por melhoramento dos departamentos, pelo uso dos recursos de modo honesto sem maiores onerações. Que cada um cumpra o seu dever diante do direito recebido dos eleitores. Seria muito benéfico se esquecendo das origens e “diferenças” partidárias trabalhassem em uníssono com o Executivo (sem abandonar o papel de vigiar a forma como ele emprega os recursos fazendários).
O orgulho demonstra ignorância. Quanto mais sábia é uma pessoa mais saberá que tem muito mais a aprender. Não permitam que o status que o cargo oferece ceguem os olhos da humildade. O rei Salomão diz: “Diante da honra vem a humildade” Pv 15:33. Diz um ditado: “Enquanto estiver subindo trate bem os que estão descendo, para que eles tratem-no bem quando estiverem subindo e você descendo”. O Mundo é redondo e gira; se hoje estamos encima pode ser que amanhã estejamos em baixo.
Consultar o povo, os seguimentos sociais (Rotary, Igrejas, clubes, jornalistas de rádios e jornais, empresários, departamentos e conselhos municipais, etc.), pode ser de grande valia e orientação. Auscultando-os poderá analisar e fazer projetos adequados às necessidades do povo. É bom ouvir os mais experientes e os de longura de visão.
Daniel disse ao rei Belsazar que é Deus quem dá o governo aos homens, mas cobra dele honestidade, bondade e comprometimento, e os depõe (Dn. 5:18-30). Enquanto Salomão foi humilde e pediu orientação de Deus, ele fez bom governo, quando começou a aumentar demais os impostos e desobedecer a Deus, o seu reino foi rasgado e dado a maior parte ao inimigo do seu filho. Há muitos conselhos na Bíblia para os homens públicos “… tratem com justiça e equidade… pois também tendes um Senhor no céu” Col. 4:1.
Deus oriente e abençoe ao Presidente e aos demais vereadores de Rafard para que tenham um governo equivalente a todos os munícipes, pacífico, honesto e progressista.
Ficamos ao vosso dispor. Sinceros de desejos de profícua legislação e que os rafardenses possam bendizê-los num reconhecimento de vossa grandeza.
Um abraço.