Normalmente, chama-se de cristã a pessoa crente em Jesus que segue ou frequenta uma denominação religiosa. Etimologicamente, a palavra cristã é derivada da palavra grega “christos”, que significa batizado, ungido. Os discípulos de Jesus foram chamados cristãos, pela primeira vez, em Antioquia, para ridicularizar os seguidores de Jesus. O significado hodierno, contudo, é o seguidor de Cristo, que adota Seus ensinos, práticas e virtudes. O cristão não é perfeito, como seus apóstolos não o foram, como S. Paulo disse: “Não que eu tenha alcançado o alvo, mas prossigo para a perfeição. Andemos segundo o que já alcançamos. (Fil. 3:13-16). O Sábio Salomão expressou: “A vereda dos justos é como a luz da aurora, vai brilhando cada vez mais até à perfeição”.
O seguidor de Cristo é diferente dos demais. Não é aquele que diz ser, mas o que ele é. Não é o que é na igreja, mas aquilo que é com sua esposa, seus filhos, com seus vizinhos, no trabalho. Não é a pessoa que anda com a Bíblia embaixo do braço, mas o que anda com a Bíblia no coração, nem aquele que fala bonito e alto, mas o que age como Jesus.
Jesus recriminou os fariseus e sacerdotes, os mais altos dignitários eclesiásticos de Seu tempo, porque se vestiam como tais, oravam com aparência, ensinavam a pureza e atribuíam aos outros os mais pesados fardos, mas tinham o coração corrompido e passavam longe desses deveres. “Ai de vós, dizia, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados, belos por fora, mas cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia por dentro.” (Mat. 23:26)
O cristão não é perfeito, nenhum dos discípulos foi inimputável, Davi pecou. A diferença está na atitude deles após reconhecimento, tristeza, reparação, pede perdão a Deus e a quem ofendeu. Todavia, ele não vive na prática do pecado, (1 João 3:9) luta para não errar mais, cada dia melhora seu comportamento devido ao seu convívio com Jesus.
O crente deve ser manso e humilde. Jesus aconselha “… aprendei de mim que sou manso e humilde de coração…” (Mat. 11:29). O frequentador de igreja que é briguento com os vizinhos, áspero com os filhos, ríspido com esposa precisa tornar-se cristão e aprender a ser manso e bondoso. “Os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância da paz”. (Sal. 37:11) Mansidão é um dos frutos que o Espírito Santo dá àqueles que porfiam por consegui-lo. Embora seja “andar a segunda, e até a terceira milha”, não é parvoíce ou ignorância das circunstâncias, mas consciente da gravidade do caso, estende a mão ajudadora a quem não merece. É o que Deus faz conosco.
Humildade é o modesto reconhecimento de si mesmo, de seus limites e da sua própria ignorância e dependência, é a não exaltação de si mesmo. Jesus ilustrou-a com a conduta de um menino (Mat. 18:2-4). Essa qualidade não é menosprezar-se, porém, mesmo reconhecendo seus valores não se enaltece. Jesus é o melhor exemplo, pois, mesmo sabendo de Sua origem divina foi um aprendiz de carpinteiro, sendo Deus tornou-se homem, sofreu como homem, e como servo obediente até suportar a crucificação para salvar os pecadores. (Fil. 2:5-8) Jesus ensinou: “Qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”. (Luc. 14:11)
O espírito de exaltação é próprio do Diabo que disse: “subirei acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono… serei semelhante ao Altíssimo”. Isa. 14:11-12 Exaltou-se, como se rivalizando a Deus, a ponto de querer se como Deus por causa de sua formosura e sabedoria. (Ez. 28:17)
Diligência ou esmero, esforço e aplicação para realizar um serviço, o mais rápido e perfeito possível é mais uma característica do cristão, assim como Jesus na carpintaria ou na pregação e mitigação dos sofrimentos humanos até à Sua morte. O seguidor de Jesus não pode ser relaxado no cumprimento de seus deveres, nem mesmo ser cuidadoso e presto só na presença do chefe, “como para agradar aos homens, mas temente a Deus, sabendo que é do Senhor que recebereis a recompensa”. (Col. 3:22-24) Isto deve ser ensinado desde a tenra idade. “O pai que não ensina ao filho um ofício, ensina-o a ser ladrão”. (Prov. Brâmane) A maldade de Sodoma foi soberba, fartura de pão e ociosidade, isso levou os sodomitas à sua degeneração moral. Cuide cada qual de seus familiares, sejam eles diligentes e prestativos para não serem motivos de vergonha.
Este é um tema inexaurível, contudo o cristão real terá amor, bondade, temperança, fraternidade, não é dado a vícios. Enfim, no seu cotidiano será bom marido, bom pai, bom empregado ou patrão, fiel nas suas contas… Não é santo, mas progride rumo à santificação.