28/03/2014
Capivari trata 25% do esgoto produzido
Enquanto isso, Rafard sequer possui tratamento de esgoto
CAPIVARI E RAFARD – A cidade de Capivari trata apenas 25% do esgoto que é coletado. Os outros 75% são descartados no rio de mesmo nome, segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). O atendimento com coleta, por sua vez, nem sequer existe em alguns bairros isolados (13% da população), mas de acordo com a autarquia essas residências possuem fossa séptica.
Em Rafard, a situação é um pouco mais alarmante. Não tem tratamento. Segundo a Divisão Municipal de Água e Esgoto (DMAE), há um projeto protocolado junto ao Governo do Estado para a construção de uma estação de tratamento que passará a tratar 100% do esgoto coletado.
Ao mesmo tempo, uma projeção feita pelo Saae de Capivari indica que, futuramente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Central elevará o percentual de tratamento para 75%. Somada às ETEs do Alto Castelani (em construção) e Porto Alegre (em análise para duplicação), a cidade terá capacidade de tratar 100% do esgoto, porém, a estimativa é que, ao final de 2015, as estações atendam pelo menos 95% da demanda.
O problema de Rafard, que também descarta os resíduos no Rio Capivari, é o mesmo de cidades como Arthur Nogueira, Cosmópolis, Rio das Pedras e Monte Alegre do Sul: nenhuma delas possui sistema de tratamento. Além disso, informações divulgadas no final de 2013 pelo G1 afirmam que 60% dos municípios da região fiscalizados pela Agência Reguladora PCJ (Ares-PCJ) tratam menos de 70% do esgoto que produzem.
Com isso, os rios que abastecem o interior paulista são os mais prejudicados. A nascente do Capivari, por exemplo, é em Jundiaí. Lá, 98% do esgoto é tratado, o que sugere uma poluição quase nula. Entretanto, ao percorrer seu caminho por entre outras nove cidades, cujos percentuais variam, tem sua qualidade comprometida.
De acordo com o banco de dados da Ares-PCJ, Vinhedo, Valinhos e Campinas tratam, respectivamente, 85%, 95% e 85% do esgoto que é coletado. Louveira, Monte Mor e Elias Fausto não são fiscalizadas pela instituição e até o fechamento desta edição não haviam se pronunciado quanto ao seus sistemas de saneamento. Depois de passar por Capivari e Rafard, o leito deságua no Rio Tietê, na cidade de mesmo nome e com capacidade para tratar 40% do esgoto que é produzido.
Enquanto isso, a população paga tanto pela coleta, quanto pelo tratamento de esgoto. Em Capivari, o valor da tarifa de esgoto é 90% do valor da água. Em Rafard, 70%. O DMAE explica que essa taxa é definida em conformidade com a Ares-PCJ. O dinheiro arrecadado cobre gastos com o sistema, manutenção de rede, máquinas e funcionários, uma vez que, segundo a divisão, por mais que o tratamento não exista na cidade, a coleta é realizada normalmente.