Fiéis de Capivari e região já estão se preparando para uma das festas mais aguardadas do ano: a Festa de Santa Cruz. Com quermesse e programação religiosa, o evento acontecerá nos dias 20, 21, 22, 23, 27, 28, 29 e 30 de abril.
As barracas de lanche, porções, bolinhos, salgados, churrasco e bebidas ficarão abertas todas as noites, durante os dias do evento. Os visitantes poderão saborear diversas delícias preparadas com carinho pelos comerciantes locais.
Na parte religiosa, o tríduo teve início na última terça-feira (11), e segue nos dias 18 e 25 de abril, com missas realizadas às 19h30. Já a missa de encerramento acontece no dia 2 de maio, também às 19h30.
A Festa de Santa Cruz é um momento importante para a comunidade capivariana, que se une para celebrar a fé e a cultura da região. Todos estão convidados a participar desse momento especial e aproveitar a quermesse com muita animação e diversão.
As festividades acontecem no pátio da Capela Santa Cruz, localizada no cruzamento das ruas Padre Haroldo e Padre Fabiano. Neste ano, a capela completa 137 anos de história.
História
Duas lendas tratam de contar como surgiu a Capela Santa Cruz. Segundo informações retiradas do livro O Menino de Capivari, de Vinício Stein de Campos, havia no local uma cruz de madeira sobre a sepultura de um caminhante ali falecido.
Certo dia, um escravo em fuga com os pés e mãos acorrentados e sem chances de escapar do capitão do mato e seus cachorros ajoelhou junto à cruz e pediu aos céus misericórdia.
Naquele momento ocorreu um milagre: os ferros se abriram e o escravo desapareceu na mata sem deixar rastro.
“A notícia do milagre se espalhou célebre e os crentes vieram, cada vez em maior número, até que se edificou a capela, que recebeu o nome de Santa Cruz e passou a ser, daí por diante, centro de comemorações piedosas”, diz a obra do capivariano. “A realidade, porém, parece ser outra.”
De acordo com Campos, o escravo fugido não se livrou milagrosamente dos ferros que o prendiam e caiu aos pés da pequena cruz, morrendo logo em seguida.
“Viajantes que encontraram o cadáver deram-lhe sepultura nesse mesmo sítio, colocando os ferros, tirados a custo do escravo, ao redor do santo lenho”.
Aos poucos, devotos anônimos começaram a depositar flores e velas na cova.
Depois, influenciados pela onda crescente de fiéis, alguns moradores construíram uma singela capelinha no local da sepultura, de paredes de mão.
Mais adiante, a estrutura foi reconstruída por um homem chamado Chiquinho Leite e, “dado o vulto que tomaram as festas de Santa Cruz”, a partir de 1886, o local se integrou à tradição da cidade com o nome de Largo da Santa Cruz “e a nova igreja que ali se construiu”.