65 quilômetros de redes devem ser substituídas e 10 mil hidrômetros serão trocados
CAPIVARI – Parte do país vive, atualmente, período forte de estiagem justamente nesta época que é dedicada às chuvas. O calendário hidrográfico aponta que o período de chuvas é de outubro a março e o de estiagem é de abril a setembro, portanto, o pior ainda está por vir, segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
Com o propósito de melhorar e preservar os recursos hídricos, o Saae de Capivari teve a iniciativa de trocar 16,5 quilômetros da rede de distribuição de água. Segundo o superintendente José Luiz Cabral, “a autarquia já conquistou recursos para a troca de mais 17 quilômetros, o que diminuirá muito as perdas na rede. Temos um total de 65 quilômetros de redes para serem substituídas”, revela.
Para a autarquia, outra ação importante a se destacar é a troca de 10 mil hidrômetros que induzirá a população ao uso racional da água, haja vista que o município ainda mantém mais 10 mil hidrômetros, com mais de cinco anos de uso, contudo, aproximadamente 45% dos hidrômetros estão marcando menos de 10 metros cúbicos por mês em cada residência.
Com a troca total dos hidrômetros e das redes, as perdas, que hoje estão em 45%, cairão para algo em torno de 15% a 20%, números considerados excelentes aos padrões brasileiros. “Estas perdas, basicamente, resumem-se a lavagem dos filtros e dos decantadores das Estações de Tratamento de Água (ETA), bem como eventuais descargas de rede e pequenos vazamentos”, explica Cabral.
Novamente, o Saae alerta a população para o uso racional da água e recomenda as seguintes medidas: tome banhos rápidos; não lave carros e calçadas; ensaboe toda a louça antes de enxaguar; acumule as roupas para utilizar a máquina de lavar na capacidade máxima. Faça o mesmo com a louça; deixe a torneira fechada enquanto escova os dentes; e atenção com vazamentos dentro do imóvel. Corrija-os o mais rápido possível.
Tratamento de esgoto
Dando continuidade ao processo de tratamento de esgoto na cidade, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) protocolou e conseguiu a classificação de mais dois projetos de engenharia junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), visando atender mais de 95% do esgoto coletado para ser tratado. Ao todo, chegam a sete o número de projetos protocolados junto ao órgão estadual.
O primeiro prevê a implantação do Emissário e Estações Elevatórias (EEE) para o atendimento à bacia de esgotamento sanitário, nos bairros Padovani e São Marcos, com previsão para tratamento de esgoto de até 14 mil pessoas. Segundo o superintendente José Luiz Cabral, “o projeto de engenharia apresentado ao Fehidro já está classificado para receber o recurso no valor R$5 milhões.”
O segundo projeto visa à ampliação e melhorias na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Porto Alegre, elevando sua capacidade para suportar o tratamento de até 25 mil pessoas. Este projeto está orçado no valor de R$5,5 milhões.
A autarquia deve apresentar junto ao Fehidro a documentação complementar para conquistar os recursos que são os Licenciamentos Ambientais junto à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE).
Segundo Cabral, o Saae não está medindo esforços para conquistar recursos financeiros – a fundo perdido – com pequena contrapartida, tendo conquistado mais de R$ 31 milhões. “Em negociação, estamos com mais de R$15 milhões, evitando que estes valores venham a ser transferidos para a tarifa”, conta.
O prefeito Rodrigo Proença (PPS) assegura que “Capivari está empenhada em conquistar estes recursos e, assim, atingiremos os níveis de pontuação para firmarmos presença no programa estadual ‘Município Verde e Azul’”.
Audiência Pública
Na quarta-feira, 12, foi realizada a Audiência Pública para discutir o Plano Municipal de Saneamento Básico do município. Durante a audiência pública foi apresentada a atual situação, diagnósticos, objetivos e metas dos serviços de saneamento que são: água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana com visão estratégia para 30 anos.
Estiveram presentes, compondo a mesa diretora, o coordenador Geral da Audiência Pública, José Luiz Cabral, a diretora de Meio Ambiente, Karen Angelim, o secretário de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Roberto Donisete Angelini, a secretária de Planejamento de Obras, Joceli Angelin Cardoso e os assessores técnicos da empresa contratada pela elaboração do plano, Leila Missae Tamura, Adovahyr Fernandes Júnior e Jaques Luba.
Segundo o engenheiro Jaques Luba, o plano apresentado engloba os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e drenagem pluvial. “Os estudos realizados possibilitaram a elaboração de projetos para solução das necessidades apontadas, bem como alavancar recursos a fundo perdido junto aos órgãos federal ou estadual”, observa.
Após a apresentação do PMSB, foram recolhidos os formulários de sugestões, onde posteriormente, os assessores técnicos formularam as respostas anunciando os resultados dos pontos abordados.
Cancian
O coordenador geral da Audiência informou que a implantação para a rede de esgoto se encontra dentro do plano como meta de curto prazo e que o trabalho de levantamento topográfico da área já está pronto. Com relação aos recursos financeiros para a viabilização da obra, Cabral informou que é necessária dotação extra orçamentária, uma vez que o município não pode executar a obra com recursos próprios.
Bela Vista
Ainda segundo Cabral, a rede será implantada pelo grupo de empreendedores dos novos loteamentos ao entorno do bairro.
São Luís e Rua Chile
Para o bairro São Luís o plano contempla o recolhimento do esgoto nas áreas regularizadas, contudo ficou enfatizado que o poder público não pode investir em áreas invadidas. Com relação à Rua Chile, no bairro Morro Amarelo, por ser um problema pontual de baixa demanda a própria autarquia estudará solução adequada.
Novas Regras
Com a publicação da lei nº. 11.445/2007 todos os municípios brasileiros são obrigados a elaborar seu PMSB, pois a partir de 2014, o acesso a recursos orçamentários oriundos da União ou recursos financeiros administrados por órgão ou entidade da administração federal, só será possível para as cidades que tiverem o plano em exercício.