11/08/2017
Capivari e sua verdadeira história XV
ARTIGO | Anulam-se as eleições
Dias depois, isto é, ao fim do mês de maio, como um petardo, rebenta na Vila a notícia retumbante: foram anuladas as eleições.
De São Paulo acabava de chegar um ofício endereçado ao Presidente da Câmara, e como Antonio Pires estivesse em sua fazenda, e os imediatos em votos fossem Saturnino Leite e José de Arruda, que também se encontrava em seu sítio, reteve o Capitão Corrêa Leite o documento, mandando chamar a toda pressa, aquele correligionário, pondo de parte Saturnino, que morava na povoação.
Chegado ao Ajudante Ferraz, em casa do Capitão, abrem a correspondência oficial, e jubilosos, se inteiram do seu conteúdo: “Em resposta ao ofício da Câmara Municipal de Capivari, datado de 15 do corrente em o qual da parte da divisão que novamente fizera ao Município, em Dois Distritos de Paz, e dos acontecimentos que tiveram lugar em o dia 11, em que se procedeu a eleição dos novos juízes, o Vice-Presidente da Província, em atenção pública tranquilidade que é de seu dever manter, removendo as causas que possam influir para que ela seja perturbada, em atenção mais que depois da lei de 12 de agosto de 1834, artigo 10º.+1º, é unicamente à Assembleia Provincial que compete a divisão judiciária da Província, determinada à Câmara Municipal da Vila de Capivari que suspenda todo o ulterior procedimento a respeito da dita eleição, que o mesmo Vice-Presidente declara nula, e ordena se conserve sem alteração alguma o Distrito até agora existente, enquanto pela Autoridade competente outra coisa não for resolvido. Palácio do Governo de S.Paulo, 22 de maio de 1835. a) Francisco Antonio de Souza Queiroz.”
Uma alegria insopitável derramou-se pela facção vitoriosa e festejou-se ruidosamente o importante acontecimento. Despacharam-se próprios para Itu em busca de foguetes, convocaram-se os companheiros da Vila e dos sítios, acenderam-se “iluminarias” nas fachadas das casas, e até alta madrugada estrondaram as bombas, tocou-se música na casa do Capitão, brindou-se à Vitória, expandiu-se à larga o justificável contentamento. (Dava-se o nome de “luminárias” a pequenas lanternas de vidro que os moradores dependuravam nos portais e janelas de suas residências, nos dias de festas cívicas ou religiosas).
De tempos a tempos, da frente da casa do Capitão Corrêa, cortava vertiginosamente o espaço um rojão fulgurante, que se abria lá no alto, em pipocar de estampidos e centelhas, na noite estrelada. (Segue).
Cidadania
“Águas passadas não movem moinho” e “Não adianta chorar sobre o leite derramado”, são frases comuns que temos procurado aplicar nas decepções tidas, nos causando aborrecimentos vários. Lemos neste Semanário, uma entrevista mantida com a simpática e competente Presidente da Câmara, senhora Angela Maria Dolniski Barboza, pessoa que respeitamos e estimamos, respondendo as perguntas do repórter sobre constantes mudanças realizadas no Centro Cívico Major Pires de Campos, há alguns anos ocupado pelo Legislativo.
Como muitas pessoas desconhecem a razão dessa indevida ocupação e mudança das atividades cívicas para políticas, com detalhes passaremos a comentar esse imbróglio que até hoje temos procurado – sem culpar os seus atuais ocupantes pela herança recebida do então prefeito Rubens Simões Pellegrini – perdoar.
Palavra empenhada e não cumprida, (permanência da Câmara Municipal somente por seis meses no prédio). O imóvel doado pela Família Stein de Campos à população de Rafard para fins cívico-culturais e que por não ter quem reivindicasse na ocasião seu direito, vem mantendo a usurpação que certamente prosseguirá. (continuaremos na próxima edição)
Quanto às falhas da atual administração, nada foi mudado e dentre outras o desrespeito ao Código Nacional do Trânsito, com os “motoristas” e “motoqueiros” fazendo em alta velocidade o que bem entendem pelas ruas da cidade, sem qualquer punição. Visitem a Praça da Bandeira transformada em estacionamento de carros. É uma vergonha.