14/07/2017
Capivari e sua verdadeira história XI
ARTIGO | Em cumprimento a Art.10º. da Lei da reforma da mesma Câmara apresenta o orçamento para as necessárias despesas municipais, tendo a lembras à VV. Excias. que a referida Vila, instalada a 25 de Julho de 1833 bem depressa pode vir a ser uma das primeiras povoações da Província porque está situada à margem esquerda (É engano do ofício: Capivari está situada à margem direita do rio) do Rio Capivari, em solo salubre, fértil de todas as produções da província com preferência a todas as Vilas da Comarca, regada de muito boas fontes, oferece à sua localidade vantagens ao comércio por ser o trânsito da maior parte das exportações das Vilas e freguesias que lhe ficam ao norte, e mesmo da Província de Minas (Esta posição privilegiada lhe foi arrebatada posteriormente por Campinas, com a construção de sua vias-férreas, notadamente a Paulista e Mogiana), pela igualdade do solo e abundância de pastagens, desvios de rios nas estradas que os corretores (Corretores expressão usada na época para designar os indivíduos que faziam o transporte de carga com tropas de burros-cargueiros entre as Vilas e a Capital ou Santos, os precursores de nossas atuais empresas de transporte), têm que percorrer por isso preferíveis àquelas de que os mineiros se servem para a Vila de São Carlos (São Carlos foi o primeiro nome de Campinas) presentemente, além das vantagens apontadas, à comodidade para todo o gênero de edifício idos pela abundância de pedras, madeiras de construção e propriedade da terra para muros, a par da regularidade do arruamento, nada mais deixa a desejar senão que VV. Excias, dando impulso a seus elementos de grandeza, riqueza e elegância (que faltou a Capivari, nessa emergência, foi uma estrada direta de ligação rápida e segura com Jundiaí, bem como a entrosagem de seu sistema rodoviário de Jaú, Botucatu e Rio Claro. Faltou, sobretudo, união interna, união dos capivarianos em torno das legítimas aspirações locais, com eleição de representantes genuinamente seus que defendessem na Assembleia, as medidas capazes de promover o seu engrandecimento e de toda a vasta e rica zona a que pertence o Município), se dignem aprovar as divisas. já propostas, ou decretar que sejam fora do capricho dos habitantes dos Municípios limítrofes, mediando igual distância entre um e outros; e finalmente, a construção da Cadeia, casinhas e açougue, concederem o subsídio das águas ardentes por alguns anos, ou quantia suficiente pelas Rendas Provinciais, com o que é dever se vela a Vila com todo o esplendor e florescência que lhe asseguram sua posição e vantagens naturais. Seus guarde a VV. Excias. – Antonio Pires de Almeida – Presidente/João Dias de Aguiar/Saturnino Paes Leite/Felipe de Campos Bueno e Manoel Ferraz de Sampaio.
Voltando às eleições, chegou-se finalmente ao esperado dia 11 de Maio, aguardado com desusado interesse pelos habitantes da povoação.
Mal sabia a oposição, que nesse mesmo dia, a boa estrela que a amparava nos sucessivos acontecimentos da Vila ou Província, a contemplava com um trunfo de primeira ordem, – a nomeação para a Presidência de São Paulo, do Coronel Francisco Antonio de Souza Queiroz, sobrinho do Tenente Fernando Paes de Barros e que desde o governo do Brigadeiro Tobias vinha dando mão forte à política do Capitão Corrêa Leite e seus correligionários.
Reunidos na Igreja na hora aprazada, o Pe. Penalva, o Alferes Est amisula Arruda, Antonio Pires, Felipe Bueno, Manoel de Campos Penteado, Manoel Sampaio, Saturnino Leite, Camilo de Campos, e “grande fração” do eleitorado, constatou-se a ausência de todos os adversários – Paes de Barros, Bonilha, Ajudante Ferraz e Capitão Corrêa. Depois de alguma espera além da hora marcada para o início dos trabalhos eleitorais, o Pe. Penalva anuncia aos presentes que vai proceder à organização da Mesa. Juntamente com o Juiz Estanislau o Vigário forma, por aclamação, a seguinte Mesa Paroquial: Escrutinadores: Antonio Pires de Almeida Moura e Felipe de Campos Bueno – Secretários: Camilo de Campos e Almeida e Manoel de Campos Penteado.
Dando-se início à eleição, à medida que os votantes iam sendo chamados pela lista afixada na porta da Matriz, eles se apresentavam e ofereciam as suas cédulas.
Eis que a certa altura dos trabalhos se apresenta Antonio Vieira da Silva Bueno, cabo eleitoral do Capitão Corrêa, o qual declara à Mesa que tinha as “Instruções”, cuja leitura deveria preceder o ato de recepção das cédulas dos eleitores.
A Mesa interrompendo a votação declarou que aceitaria o documento caso este estivesse revestido das características comprobatórias de sua autenticidade, pois, de fato, a Presidência da Província não havia remetido à Câmara tais Instruções, como lhe competia, na forma da lei. Como tal não acontecesse com o papel exibido pelo Vieira, que não possuía nenhum timbre do palácio, ou um sinal qualquer identificador de sua origem oficial, foi ele restituído a Vieira, retornando a Mesa os trabalhos eleitorais. Daí a pouco nova interrupção. (Segue)
Cidadania
No artigo anterior citamos o bom trabalho nas coletas do “lixão”, que alguns moradores atiram nas ruas a qualquer hora e dia da semana, não respeitando nem domingos e feriados. Decepcionados estranhamos o entulho que se encontra junto à parede, ao lado esquerdo do prédio sede do Rotary Clube há mais de duas semanas, devendo ser retirado antes que se torne vício… É isso.