15/07/2014
Capivari comemora 182 anos
De freguesia à vila, antiga São João Batista de Capivary de Baixo celebrou mais um ano de fundação na quinta-feira, 10
Há 182 anos (10 de julho de 1832) Capivari era oficialmente denominada “Vila de São João Batista de Capivary de Baixo”, dando início ao desenvolvimento econômico do povoado por meio da produção de açúcar, chá, algodão, café e cereais. A população – que desde 1826 chamava o local de “Freguesia de São João Batista de Capivary” – era composta por brancos, negros, pardos, índios e escravos.
No entanto, os primeiros visitantes passaram pela região muito antes, no início do século XVIII, com destino às ricas jazidas de ouro em Mato Grosso. Por vias fluviais, as expedições enfrentavam perigos, e grande parte dos aventureiros era morta por índios, como aconteceu com a expedição que saiu de Porto Feliz, por ordem do marquês de Pombal e sob o comando do capitão general Morgado de Mateus.
Às margens do rio, inimigos políticos de governadores de capitaniais montavam acampamentos em busca de proteção, devido ao local ser de difícil acesso e longe de centros urbanos, além de apresentar bom clima, topografia e água favoráveis ao uso e consumo. Assim, a história da “Terra dos Poetas” começava com a instalação de um grupo de ituanos e, em seguida, da primeira venda, a “Venda do Chico”.
Em 1790, o povoado aparece nos censos de Itu com uma população flutuante, formada em sua maioria por trabalhadores de empreiteiras que executavam serviços e se mudavam no fim das obras. Dez anos depois, nasce uma pequena população às margens do “Rio das Capivaras”, a qual foi ganhando novos membros em virtude dos comentários a respeito das águas cristalinas e capivaras que havia no local.
O primeiro sacerdote
Após longa viagem de cavalo, em julho de 1820, uma pequena capela inacabada recebia seu primeiro sacerdote, o padre João Jacinto dos Serafins. No início, as celebrações foram realizadas na casa de um dos primeiros povoadores: Joaquim da Costa Garcia. No dia da inauguração da igreja, um mês depois, Garcia marcou presença ao lado de Antônio Pires de Almeida Moura, Manoel José de Almeida Leme, José Machado, Antônio José Fiúza, Manoel José do Amaral, Manoela José Vaz Botelho, entre outros povoadores.
No pátio da capela, algumas cruzes indicavam que ali havia escravos sepultados, bem como demais paroquianos em seu interior. O hábito durou muitos anos, pois somente os grandes fazendeiros eram levados às cidades de Itu e Porto Feliz para serem enterrados como de costume.
História e desenvolvimento
A primeira Câmara de Capivari começou a funcionar em julho de 1833 e, com a efetiva instalação do município, a cidade desligou-se de Porto Feliz. Em 1878, Capivari recebeu a visita do imperador D. Pedro II e da imperatriz dona Teresa Cristina. Após serem recepcionados pela população, dirigiram-se à casa do major Bernardino (tombada como monumento histórico, fica próxima à Paróquia São João Batista).
A Matriz, por sua vez, foi criada há 188 anos e está no mesmo lugar no qual existiu a antiga capela. Assim como ela, a história de Capivari é marcada e pode ser contada por meio de várias outras edificações e lugares, como a Casa do Barão de Almeida Lima, o prédio da Santa Casa, as praças Rodrigues de Abreu e Dr. Cesário Motta, o coreto etc.
Além disso, a “Terra dos Poetas” é berço de figuras conhecidas no cenário nacional e internacional, como Adriana Ferrari, Almir Pazzianotto Pinto, Amadeu Amaral, Amaral, Bruno Uvini, Homero Dantas (Eduardo Maluf), João de Simoni Soderini Ferracciù, Léo Vaz, Rodrigues de Abreu, Tarsila do Amaral, Zetti, entre outras personalidades.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a religião católica é predominante entre os capivarianos (32.985), seguida da evangélica (11.492). Atualmente, a população de Capivari gira em torno de 49 mil habitantes, porém, a estimativa era que em 2013 esse número subisse para 52 mil pessoas, distribuídas numa área territorial de 322,878 quilômetros quadrados.