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Câmara rejeita veto ao projeto de lei que exige formação de primeiros-socorros a funcionários de escolas e creches

31/10/2014

Câmara rejeita veto ao projeto de lei que exige formação de primeiros-socorros a funcionários de escolas e creches

Projeto enviado pelo presidente da Câmara, Alexandre Juliani, foi vetado pelo Executivo; na sessão anterior, vereador falou sobre a falta de vagas nas creches
Veto ao projeto do presidente da Câmara, Alexandre Juliani, foi rejeitado por unanimidade (Foto: Laila Braghero/O Semanário)
Veto ao projeto do presidente da Câmara, Alexandre Juliani, foi rejeitado por unanimidade (Foto: Laila Braghero/O Semanário)

RAFARD – Os vereadores derrubaram por unanimidade mensagem de veto ao projeto de lei que obriga a prefeitura a capacitar funcionários de escolas e creches municipais com cursos de primeiros-socorros. A votação aconteceu na sessão ordinária de terça-feira, 28. De autoria do presidente da Câmara, Alexandre Juliani (SDD), o projeto foi vetado pela prefeitura com a justificativa de que a Diretoria de Educação já ministra o treinamento todos os anos.

O Executivo também alegou que o documento está confuso quanto ao órgão que deve oferecer o curso: instituição capacitada ou Diretoria de Saúde. E, de acordo com a prefeitura, a contratação de uma empresa aumentaria as despesas. A Administração afirmou ainda que a proposta contraria a Lei Orgânica, “que confere exclusivamente ao prefeito a iniciativa dos projetos de lei que dispõem sobre as atribuições dos departamentos municipais” citados.

“Teve o curso no ano passado já, mas eu fiz esse projeto pra virar lei e ter todos os anos. É uma coisa boa, porque a criança caiu, machucou, ralou, já tem o primeiro-socorro na hora, no local”, defende Juliani. “O prefeito precisa vir conversar com a gente. Está faltando diálogo entre a prefeitura e os vereadores. Está faltando um chefe de gabinete competente pra dialogar, chamar pra conversar. Ficar de briga não vai levar a nada. Quem perde é a cidade de Rafard.”

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A vereadora Daniela Parra (PSDB) acredita que se houvesse planejamento, a iniciativa não traria gastos aos cofres públicos. Segundo ela, a prefeitura poderia fazer parcerias com o Corpo de Bombeiros e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus Capivari, que se dispôs “a trazer o curso que for necessário para capacitar todos os funcionários de todos os setores do município”.

“Eu acredito que é falta de vontade da Administração, da Diretoria de Educação e do prefeito de fazer com que esse projeto seja viável. E tem que ser com o Corpo de Bombeiros ou com um médico, com uma pessoa que tenha formação específica para isso, que trabalhe exatamente com salvamento de vidas, e não um curso básico, rápido, só pra quebrar galho. Tem que ser bem feito”, diz Daniela.

Superlotação

Na sessão anterior, realizada na noite de terça-feira, 14, Alexandre Juliani fez um requerimento, que também foi aprovado por unanimidade, pedindo informações sobre as creches municipais. Ele disse que várias mães o têm procurado para reclamar de falta de vaga nas creches da cidade. Segundo o vereador, parte das vagas está ocupada por crianças cujas mães as matricularam para irem à academia, por exemplo.

Entre as perguntas, o parlamentar solicitou o número de crianças matriculadas nessas instituições, questionou se todas as mães estão empregadas e pediu cópia dos documentos que comprovam os locais de trabalho. Juliani também quer saber se todas as crianças moram em Rafard. Para ele, é preciso recadastrar as crianças que estão nas creches, a fim de evitar esse tipo de problema.

“Por isso peço que seja feito um recadastro. Porque é um absurdo uma mãe largar uma criança na creche pra caminhar ou fazer academia”, diz. Na mesma linha, o vereador Rodolfo Minçon (PROS) acrescentou que atitudes como essas indicam falta de caráter, bom senso e respeito com o próprio filho. “Senão tem capacidade pra criar, não sei por que coloca no mundo.”

Falta de profissionais

Em outro requerimento, feito na mesma noite e aprovado por todos os vereadores, Juliani solicitou o número de pajens que trabalham nas creches do município, além do horário de expediente de cada um dos profissionais. A medida, explicou, foi tomada depois que um grupo de pajens o procurou para reclamar que estão sobrecarregadas, devido à quantidade de crianças atendidas em relação aos poucos funcionários existentes nessas instituições.

“Eu também fui procurado por pajens com a mesma reclamação, e a gente sabe que quando inicia o ano a creche pede que o empregador assine um documento [dizendo] que está empregado. Eu sugiro que a creche faça esse questionamento a cada três meses, pelo menos. Aí vai ter os dados atualizados pra saber quem realmente está empregado e quem está usufruindo do serviço público pra ficar ‘zanzando’ por aí”, recomenda o vereador Wagner Bragalda (PMDB).

Procurada pelo jornal O Semanário, a prefeitura informou que as duas creches da cidade, Enzo Henrique Vieira e EMEI Benedita Almeida Vendramim, possuem capacidade para atender até 180 e até 80 crianças, respectivamente. Atualmente, 178 crianças estão matriculadas na creche Enzo, as quais ficam sob os cuidados de 14 pajens. Já na Benedita, quatro profissionais cuidam de 64 crianças.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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