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Cadê o meu camisa 10?! Sumiu!

Marcel Capretz, colunista esportivo

Não sei se você, meu amigo leitor, percebeu mas o mundo mudou. Você ouve música como antes? Cheguei a pegar aquela época da Fita K7, em que precisávamos rebobinar com uma canetinha Bic o rolo da fita quando queríamos ouvir alguma música novamente. Hoje temos pen drive, aplicativos e outras inúmeras formas de ouvirmos nossas canções preferidas. Outro exemplo: quando eu queria falar com a minha então namorada, hoje esposa, tinha que recorrer a um orelhão. Falar no celular era muito caro. Não havia tantos planos como hoje. Atualmente, acredito que nem tenhamos mais orelhões espalhados pelas ruas. Enfim, poderia ficar aqui falando mil coisas que evoluíram no nosso planeta, mas esse não é o foco. Porém acredito ser imprescindível, mesmo que brevemente, exemplificar isso porque vejo muitas pessoas não aceitando que o futebol, assim como tudo, também evoluiu e já não é mais o mesmo.

Sinto calafrios quando ouço alguém reclamando da falta de produtividade ofensiva de uma equipe alegando ser a ausência de um clássico camisa 10 o motivo. Poxa, que camisa 10?! Hoje dentro de uma estratégia de ataque, incluindo contra-ataque e ataque rápido que também são estratégias, todos tem sua parcela de contribuição na criação de situações que levem a finalização. Incluindo o goleiro. Assim como sem a bola o centroavante também tem responsabilidades no bloco defensivo. E não me venham com o preguiçoso argumento de que atacante não pode ter responsabilidade defensiva porque senão ele não tem “pique” para cumprir seu papel com a bola.Isso é balela. Bem condicionado, qualquer jogador pode contribuir com a equipe em todos os momentos do jogo.

É claro que cada posição terá uma incidência maior de comportamentos durante uma partida. Evidentemente, um zagueiro tem mais funções defensivas do que ofensivas. Mas nada impede, por exemplo, que um defensor tenha uma boa relação com a bola, permitindo que ele execute com qualidade um passe em profundidade quebrando as linhas adversárias. Ou então imagine como uma equipe ganha em opções se o seu atacante tem noção de tempo e espaço para interceptar um passe ou fazer um desarme? Quantas situações de gol em transições ofensivas essa qualidade não pode gerar?

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Diante desse ‘novo’ futebol que acompanha esse ‘novo’ mundo que vivemos todos defendem e todos atacam. E todos podem dar uma assistência para o gol. Não só aquele velho camisa 10, que hoje não temos mais, viu amigo saudosista?!

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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