A Taça Libertadores sempre me encantou. A dicotomia futebol versus “guerra” produz enredos excelentes.
Por mais que no final das contas sempre prevaleça quem tenha mais bola, não deixa de ser interessante observar o clima hostil que as equipes que falam português enfrentam quando atuam fora de casa contra equipes que falam espanhol.
Futebol depende muito de dinheiro. Não só dele, claro; grana sem inteligência e visão não adianta nada! Mas um caixa robusto é fundamental para alcançar grandes resultados.
E a diferença financeira entre os clubes brasileiros e os vizinhos sulamericanos está cada vez maior.
Com isso, na mesma proporção, cai o peso da “guerra”, da “catimba” na definição dos embates entre eles. Consequentemente, aquele brilho da Libertadores e até da Copa Sulamericana vai se esvaindo…
Há excelentes trabalhos acontecendo nas categorias de base e até nos departamentos profissionais de clubes argentinos, colombianos, equatorianos e etc.
Eles até estudam o jogo e esmiúçam conceitos e metodologias de treino há mais tempo do que nós brasileiros.
Porém quando chegam os confrontos quase sempre prevalece quem tem mais dinheiro e, naturalmente, os melhores jogadores.
Um exemplo recente que ilustra bem tudo isso: a imprensa argentina é quase unânime em afirmar que as três maiores promessas de 2022 são o atacante López e os meias Fausto Vera e Galloppo.
Os três vieram jogar no Brasil. Ou seja, se não há mercado na Europa as promessas argentinas são contratadas por times brasileiros. Isso é muito representativo…
O poder de arrecadação, o peso da moeda, o engajamento da torcida, tudo isso e muito mais, acarreta há um bom tempo na abissal diferença do futebol europeu para o futebol brasileiro.
E agora acontece do futebol brasileiro para o restante da América do Sul. Se nada mudar, vamos nos acostumando com nossos clubes fazendo as finais da Libertadores e da Sulamericana…p