03/02/2017
Bons Tempos – Dia da Saudade!
Ouvindo um pouco do programa do Chico Rebete na R FM, enquanto me preparava para ir atender alguns clientes, ele falou que dia 30 de janeiro, foi o dia da saudade. Bem, isso disparou o gatilho da lembrança!
Comecei recordando as festas de Nossa Senhora de Loudes da minha infância, lembrei de minha nona Angelina Loatti indo a tarde ajudar as duas Mafaldas na cozinha, a Honora e a Lucki. Pra criançada, o salão do Asas aberto era sinal de brincadeira e passávamos a tarde vendo aquelas senhoras desfiando frango para fazer as coxinhas, fazendo a massa e a carne para o pastel. Era mágico o sentimento de festa no ar.
Quando anoitecia, eu não via a hora de acabar a missa para a festa começar, corneta na torre da igreja tocando as musicas do toca discos valvulado que ficava em uma das salas do salão, os mais velhos podiam ir oferecer musicas para suas paqueras. Por falar em paquera, tinha o correinho elegante, muitos, hoje em dia, nem imaginam o que seja isso, mas, vamos continuar nossa viagem aos meus tempos de menino!
Até consigo sentir o cheiro do churrasco que meu nono Quibao ajudava a preparar, o gosto do algodão doce do Cardoso, o sabor era diferente dos de hoje, pois carrinho usava álcool no queimador, e as cores deles não eram só anilina, ele tinha um segredo, usava um pouco de Ki Suco para dar um sabor para a cor, aliás, curioso que sou, muitas vezes fui eu mesmo que preparou o próprio algodão.
Vinham vendedores com mil e uma bugigangas nas barraquinhas, mas nada ‘made in China’, eram coisas nacionais, carrinhos de lata, brinquedos de plástico, um colírio para os nossos olhos!
Não podemos esquecer as pescarias, com suas louças, que o Tone Rossi ia buscar em Pedreira e levava jornais velhos para a troca.
Quanta coisa legal que ganhei nessas pescarias, coisas que reencontrei na casa de meu nono Loatti, que bancava meus gastos na festa, principalmente os gastronômicos. Por falar em gastronômico, lembrei-me das rodadas de roleta e no dia que ganhei um frango assado e na próxima um prato de esfirras, aquele dia estava virado para a lua mesmo!
Bateu uma sede agora e me lembrei do sabor da ginger ale, que era gelada naqueles tambores cortados e cheios de gelo, tento lembrar de mais personagens, mas o tempo começa a esconder alguns. Sei que o Julio Forti, que era muito ligado ao meu nono Quibao, também trabalhava muito, devia ser na churrasqueira.
Mas, já que estamos passeando no tempo, vamos andar no trenzinho?
Muitas vezes, ele era puxado pelo CBT amarelo, bem, eles eram todos amarelos, de meu nono Quibao, tendo o Napoleão Bragion ao volante. A turma da frente provocando a turma do fundo, a molecada tentando pegar carona, e outros que acompanhavam de bicicleta as vezes se davam bem e eram rebocados.
São tantas coisas para lembrar, pessoas que já fazem parte de nossa lembrança e a certeza que um dia faremos parte da lembrança de alguém, e deixaremos saudade em quem nos quer bem!