31/10/2014
Bom senso, contrassenso e liberdade 2
Artigo | Por Leondenis Vendramim
Bom senso é respeitar os direitos de cada cidadão, direitos adquiridos pela Constituição Nacional e pelos Direitos Internacionais dos Homens, pela ONU. Contrassenso é julgar o cristão, o crente no Deus Criador dos céus e da Terra em seis dias de 24 horas, como fanático, retrógrado, lerdo para aceitar as “descobertas” das pretensas ciências, e pior, como terroristas.
Como expus em artigos anteriores, há uma luta pela globalização e ecumenismo, já considerados irreversíveis – o que é chamado de “Nova Ordem Mundial”. Isto é visto pelas autoridades governamentais, cientistas, líderes religiosos e até mesmo pelos laicos, como fórmula exequível e essencial para a pacificação mundial. É compreensível. Todos apoiaríamos. Digo apoiaríamos, não fosse o caso de essa massa se voltar contra os dissidentes, não por terrorismo, nem por violência ou desejo segregacional, mas por crença, por consciência religiosa. As previsões e preconizações das autoridades políticas e religiosas são de guerra aos resistentes à união. Na revista National Interest, especializada em assuntos internacionais, o ex-consultor de segurança de vários presidentes dos EUA Brent Sowcroft escreveu: “Quanta ruptura, quanto caos e derramamento de sangue ainda marcarão a transição da velha ordem para o que quer que surja para substituí-la?”.
Haverá violência por parte da massa fanatizada e insuflada, com o poder adquirido dos políticos e dos movimentos religiosos, como diz o escritor americano Ernest Cassirer (The Mith of The State).
A História revela que desde o Sagrado Império romano no ano 800 e passando por antigos impérios, depois por Napoleão, Hitler, Mussolini, só para citarmos alguns, a intenção foi conseguir a união mundial. Esta foi também a pretensão de R. Descartes (1596 – 1650) pai da filosofia moderna, ele dizia: “Penso, logo existo”. Insurgiu-se contra Deus. Sua frase era uma forma de deificar a razão humana e subjugar o Deus onipotente. A razão seria o fundamento de toda a realidade e verdade do desenvolvimento científico, da paz mundial e de todo o progresso humano. Como ele mesmo disse: “O livre arbítrio… nos torna de certa forma iguais a Deus e nos isenta de ser Seus súditos”. Esse pensamento teve forte influência nos líderes da Revolução Francesa, e atualmente, a razão é deusa e Deus é ficção, criatura do homem. Nesse tempo os eruditos europeus criam que um fluido magnético percorre o corpo do homem e era invocado como um deus vivificante e curador. Era uma prática de mesmerismo, magia negra, sonambulismo e consulta aos mortos. Os franceses e filósofos ambicionavam a transformação social, do mundo e da natureza humana. (Alexis Torqueville – The Old Regime and the France Revolution).
Hegel (1770-1831) ensinava que a razão é o demiurgo – criador da natureza, do homem e da história, a causa primária, o pensamento absoluto, que une todos os contrastantes, finito e o infinito, bem e mal. A razão é auto criadora, toda desenvolvida, independente. Em suma, o homem possui a razão, logo, o homem é Deus.
Nietzsche (1844-1900) é famoso por sua declaração: “Eu procuro Deus! Eu procuro Deus!” “Deus morreu…” “Onde está Deus… Nós O matamos. Ele continua morto”. E provocou muita zombaria entre os ateus com essas questões. Para Nietzsche o homem era superior, a “razão divinizada” estava acima dos mandamentos divinos “muito negativos”. O homem deve trocá-los por sonoras afirmações e conduzir seu próprio destino. É bom lembrar: Nietzsche morreu, morreu louco, não o procure.
Deus diz: “Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Seca-se a erva, cai a sua flor, mas a palavra do Senhor dura para sempre” (1 Pe 1:24-25).
Continuaremos o tema na próxima semana, entretanto o leitor deve usar de bom senso e julgar qual ensino é contrassenso: tais ensinos filosóficos, humanos e que sofrem mudanças, ou a Palavra do Deus eterno, escrita desde há 3.500 anos, que é imutável? Você decide.