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Bíblia sem preconceito – 9

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História

Bíblia, como vimos, não é um livro comum, não é escritura para ler, é a Palavra de Deus para estudar e praticar. Escritura milenar, inspirada pelo Espírito Santo, lavrada por homens escolhidos (2 Pe. 1:20-21). Ao estuda-la com meditação, deve adequar o caráter aos ditames de Deus, com a ajuda divina, tornando-se melhor pai, melhor esposo, melhor filho, melhor cidadão. Ela tem o poder para tal transformação (Hb 4:12). O poder não está no livro em si (papel e tinta), mas no Espírito Santo, que trabalha na consciência do estudante atento moldando-lhe um novo ser. Você precisa ser transformado? Esta é a solução! Segundo S. João 1:1 Jesus sempre existiu sendo Deus. O verbo grego usado é “eimi” que quer dizer sempre foi, nunca deixou de existir; diferente do verbo “gnomai”, (veio a ser, tornou-se, começou ser). No 1:14: Jesus “Se fez carne”, João usa o verbo “gnomai”. Significa que Jesus era Deus e se tornou humano. Essa passagem ilustra a eterna existência de Jesus, antes como Deus e depois como homem. A teoria da mitificação de Jesus e mais recentemente, da Conspiração geraram dúvidas: Jesus Cristo é apenas um mito, uma fantasia criada pelos religiosos, ou é histórico?

Consta que Hermann Reimarus (1694-1768) começou a criticar aos discípulos de criar a lenda de um Jesus real e milagroso. F.J. Bauer (1792-1860) procurou reduzir a vida e ressurreição de Cristo à imaginação dos discípulos, não real. Os iluministas materialistas racionalizaram a vida e milagres de Cristo. No séc 20, Rudolf Bultmann, cético, diz que os relatos sobre a vida, milagres e ressurreição de Jesus eram fragmentados, lendários e simbólicos, vigorados pela ideologia dos Seus seguidores e interesse da igreja. Até o século 2 d.C. não havia dúvidas quanto à existência de Jesus. Contudo, Santo Agostinho (séc. 5) escreveu que o Jesus da fé era o mesmo da História. No seu tempo havia um criticismo. Porém, há muitos fatos que revelam o Cristo histórico:

1-Flávio Josefo, historiador, filósofo e general judeu, contemporâneo de Jesus, menciona que “Tiago”, “irmão de Jesus e alguns outros” foram condenados pelo sinédrio no ano 62 ao apedrejamento. 2- Noutra menciona “um homem sábio, por nome Jesus, que andava fazendo boas e maravilhosas obras, um mestre de homens que recebiam a verdade com prazer.” 3- Ele foi o Cristo, que atraiu muitos judeus e gentios, e bom número deles tornaram-se Seus discípulos. 4- Pilatos, a conselho dos principais homens entre nós, condenou-O a ser crucificado e morto. Seus discípulos afirmaram que Jesus apareceu vivo entre eles, após três dias de Sua morte, sugerindo, que talvez Ele fosse o Messias, virtuoso, predito pelos profetas, pois era de conduta exemplar e digna. 5- O Talmude também O cita, pejorativamente algumas vezes; os judeus, na sua maioria, eram inimigos de Jesus. Numa delas, diz, que na noite da páscoa Jesus foi pendurado e então, por 40 dias saiu um arauto a anunciar que Ele seria apedrejado por feitiçaria e por conduzir Israel à apostasia. 6- Outra fonte da historicidade de Jesus são os escritos dos romanos. Mara Bar Sarapião menciona em seus escritos, filósofos gregos e um sábio rei morto pelos judeus por causa de umas leis que Ele deixou. 7- Plínio, o Jovem, governador da Bitínia e do Ponto escreveu, no ano 112 a.D., ao imperador romano pedindo orientações sobre como tratar com os cristãos e cita o nome de Cristo, algumas vezes, tido por Seus seguidores como Deus. 8- O escritor, historiador, Tácito (55-117 a.D.) refere-se em seus escritos, aos cristãos e a Cristo e Sua penalidade extrema durante o reinado de Tibério, sob o governo de Pôncio Pilatos. Tácito achava o cristianismo uma superstição perniciosa e Jesus uma figura histórica. 9- Luciano de Samosata (séc 2 a.D), escreveu, que os cristãos adoram um homem hodierno – personagem célebre que introduziu novos ritos e por isso foi crucificado, adoram o sábio crucificado e vivem de acordo com suas leis”. 10- Suetônio (69-126) referiu-se ao decreto de Cláudio (At 18:2) expulsando os judeus que causavam tumultos, por causa de Cristo. “…os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus” (Epístolas, I.X 96).

O mesmo Deus é a origem da ciência e da Bíblia. Quando se conflitam lembremos: a ciência pode ser a palavra de homens, mas a Bíblia continua sendo a Palavra de Deus.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História
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Jornal O Semanário

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