Leondenis Vendramim

Bíblia sem preconceito – 39

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Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Vivemos num mundo em que a comunicação é o “up” da sociedade. Entretanto, as pessoas vivem segregadas, cada um na sua redoma, com seu celular comunicador, sem o calor humano, sem diálogo, sem companheirismo e sem amor.

Os pais, num azáfama para ganhar o dispêndio familiar, às vezes só vêm os filhos ao anoitecer. Os companheiros, confidentes dos filhos são os desconhecidos do outro lado do Whatsapp, frequentemente maus conselheiros.

À tarde domingueira, pais assistem à TV e filhos envolvidos na comunicação eletrônica. Não há diálogo entre os familiares. Não se discutem os problemas domésticos. Os jovens começam outra semana sem solução para os seus dilemas pessoais. Trancam-se nos quartos e mutilam-se, na esperança de que a dor no corpo sufoque a dor da alma. Às vezes, como um grito de revolta contra si mesma, um clamor para fugir das circunstâncias, da tristeza, da pobreza, da orfandade.

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A reportagem de Natalia Cuminale – Feridas da Alma, Veja 7/8/19 merece profunda reflexão, e decidirmos quais são nossas prioridades (filhos ou dinheiro?). Beatriz, jovem de 20 anos cortava-se com lâmina. Disse ela: “Sentia muita dor, muita solidão. Sempre tive relação difícil com minha mãe”.

A solidão e o consequente estresse são marcantes. Problemas como bullying, baixa autoestima, solidão, ausência dos pais, rompimento dos laços familiares, abusos físico, moral ou sexual, são causas de angústias íntimas e isolamento dos juvenis. Os distúrbios são cada vez mais recorrentes.

Consultórios médicos e psiquiátricos, escolas têm registrado esses dilemas com frequência. O Psiquiatra Rodrigo Ramos diz que há algo errado com a saúde dos jovens que precisa ser estudado. A revista científica Lancet Psychiatry estudou 20.163 casos e revelou que os casos de mutilações triplicaram em 2007 e 2014. Esses casos devem ser notificados ao Conselho Tutelar para o governo criar política de tratamento público.

Os jovens que se cortam, sentem como uma descarga de endorfina, um alívio prazeroso, levando à repetição e ao suicídio, diz o Psiquiatra Guilherme Polanczyk. Os pais não devem considerar comportamentos segregacionistas, tristezas dos filhos e o uso de vestes cobrindo os pulsos como normais. Há sites que incentivam a automutilação e até o suicídio, estejam atentos.

Conversem mais com os filhos, sejam mais amigos que os conselheiros de rua, não critique, orientem, pois seu (a) filho (a) é sua carne.

Tatuagem é outro problema preocupante. Harris Poll constatou que dentre 30 milhões de tatuados, entre 18 e 35 anos, 7,5 milhões arrependeram-se motivados pelas mudanças de estilo de vida, religião, trabalho ou por cientificação das consequências.

Há vários relatos de complicação com a tinta, ou com a agulha: infecções, efeitos tóxicos, cicatrizes, queimaduras, irritações crônicas e muito mais. Algumas tintas usadas na tatuagem são tóxicas e contém compostos cancerígenos. A Agência de Proteção Ambiental notou que 20% das tintas são cancerígenas e a sua maioria não é saudável.

Pesquisa australiana diz que 83% das tintas pretas são cancerígenas, e foram encontrados bário, mercúrio, cobre e outros componentes, altamente prejudiciais na tinta. A Administração de Alimentos e Drogas dos EUA afirmou que “Muitos pigmentos usados em tintas de tatuagem são de uso industrial presentes em tinta de impressora e automobilística”.

E continua examinando a composição química das tintas e como se comporta, quais são seus efeitos de curto e longo prazo no corpo humano. Estudos mostraram que pacientes sofrem queimaduras induzidas por ressonância em suas tatuagens, devidas à presença de compostos de ferro no pigmento usado. Radiologistas sugerem evitar tintas de tatuagem contendo metais.

O jornal Obstetrics and Gynecology de 2015 declarou ter encontrado tintas de tatuagem em biópsias cirúrgicas de nódulos linfáticos e em melanoma. Constatou também infecções da pele por staphylococcus, possivelmente causadas pela má preparação da pele ou falta de higienização da agulha.

Estudo publicado pelo Hepatology revelou que pessoas tatuadas devem ser consideradas em risco maior de infecção por HCV e devem passar por exames”. A tatuagem é de difícil reversão; quanto à estética, cada um tem um gosto; quanto à saúde, ainda poucos estudos, mas bastante preocupantes. Escolha o que fazer com seu corpo, mas as consequências são intransferíveis. O corpo é o templo de Deus. 1Cor 6:19.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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