O ritualismo e o simbolismo maçom é quase uma continuação do antigo mitraísmo pagão, uma adoração e culto ao deus Sol. Mitraísmo é religião fundada por Zaratustra, ou Zoroastro (séc 6 a.C.) baseada nas crenças do paganismo hindu (ver Bíblia Sem Preconceito – 18).
Egípcios e gregos foram influenciados pelos ensinos hinduístas e zoroastristas. Essa religião chegou ao império romano pelos soldados e se alastrou pela Itália, principalmente pela corte. Hoje o mitraismo está quase circunscrito à Índia e à Britânia.
No zoroastrismo, Ahura Mazda, o Rei da Luz era o deus deste Mundo e espírito do Sol, tornou-se o Tempo Ilimitado, Ser Supremo, Absoluto e incógnito, deus dos vedantistas e da cabala.
Deste originou-se o dualismo Ormuzd deus bom e o mau Ahriman. Mitra, o herói vencedor contra Ahriman, tornou-se o deus amado. Na língua hindu mitra é sol, e o deus Varana (Varuna) na língua iraniana zend, na Grécia é o deus Apolo e Dionísio, o deus luz.
Os cultos a Mitra eram sigilosos. Mitra e o Sol apresentam-se de mãos dadas como amigos. Por ordem de Ormuzd, Mitra, auxiliado por um cão e um corvo seus amigos, e com um barrete frígio, derrota o touro e torna-se o deus Sol Invictus. Segundo Jerônimo, o mitraismo tinha 7 graus de conhecimento e prestavam juramentos celebrados com ritos místicos mantidos com sinais e títulos secretos, usavam vestes especiais e capuz ou máscaras. Imitavam animais e tinham ilustrações zodiacais.
Tinham 7 graus; no primeiro, o do corvo (ave ligada ao Sol), passavam por provas severas antes do batismo; no 4º recebiam mel. Os iniciados de Mitra começavam os trabalhos ao meio dia e paravam à meia noite com banquete frugal. Até parece que estamos lendo o ritual maçônico escocês! Os mitraistas celebravam no dia 25 de dezembro o nascimento do deus Sol e guardavam o domingo em sua homenagem.
Começam os trabalhos com a presença (simbólica) do Sol, deus da luz e da sabedoria, que capacita o Venerável para dirigir os trabalhos (ver Ritual E. Aprendiz M., p. 66 a 68). (Ver artº 30). O sigilo maçônico é um “landmark” (limite intransponível, cuja quebra tem punição severa consequente).
Como vimos, a Loja tem segredos mantidos por sinais, palavras e senhas ferreamente mantidos. Há sigilos entre maçons e profanos, entre os maçons de diferentes graus e mesmo de uma loja para outra. Discute-se sobre a pena de morte, e, até é admitida por maçons, em algumas lojas, sem generalizar como regra.
O iniciando tem como referência três luzes: Osíris (Sol = Venerável Mestre), no Leste, Ísis (Lua) no Oeste e Hórus (o Filho) no Sul; o Norte não tem luz, é a morte. No Egito o deus Osíris (Sol) dava força à natureza e ao Nilo para a produção, dava vida eterna ao Faraó. Este se representava ensolarado, personificava o Sol.
Como o mitraismo predominou no império romano, Adriano (séc. 2) e outros imperadores identificavam-se com o deus Sol. As 3 luzes compõem o triângulo equilátero radiante. Marcel Simon afirmava que todos os deuses são manifestações do deus Sol. Constantino 1, era mitraista e por isso decretou (ano 321) que todos deviam descansar no domingo em honra ao deus “Invictus Solis”, (Mitra).
Logo, no ano 325, no concílio de Niceia, a igreja Católica adotou a determinação do edito do imperador para guardar o domingo em lugar do sábado.
A Hexapla, estrelas de 6 pontas é o selo de Salomão, segundo a cabala é o nº 6 que corresponde à letra “vau” hebraica e ao tetragrama YHWH (Yahveh = Jeová).
O Pentalfa, de 5 pontas, é a estrela maçônica, símbolo da saúde, poder feminino, mãe de Deus (pela cabala) (mãe de Hórus). Os poderes dos EUA estão assentados formando um pentágono de acordo com a orientação maçônica, possuem a imagem da Liberdade, um presente dos iluministas maçons franceses.
A tríade mitraista e cabalista é plenamente representada no ritual e simbologia da Maçonaria, até na assinatura dos maçons.
De Apolônio (séc 3 a 2 a.C.), o Grande Geômetra, os maçons receberam o “G” dentro no espaço interno formado pelo compasso e esquadro cruzados. Segundo alguns a letra G refere-se ao GADU (o deus Osíris, o Grande Arquiteto do Universo).
A moral, a qual os maçons devem aprender e pela qual devem se pautar é chamada de “Boa Geometria”.
ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História
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