ColunistasLeondenis Vendramim

Bíblia sem preconceito – 13

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História

Domingo próximo será comemorada a Páscoa, analisemos o seu significado para os cristãos segundo a Bíblia. A palavra Páscoa vem-nos do inglês “passover”, no hebraico “pessash” (passar por cima). Era uma comemoração do dia em que Deus libertou o Israel da escravidão egípcia. Uma das três festas anuais dos judeus, realizada no dia 14 do primeiro mês (Lv 23:5 à tarde). Esse dia era considerado um sábado, santo, não se trabalhava. Conforme (Ex. 12:1-28) no dia 10, separava-se um cordeirinho branco, sem mancha e sem defeito (Jesus não teve mancha física ou moral), a ser sacrificado no dia 14. Com um feixe de hissopo espargiam o sangue nos batentes da porta. À noite desse dia comiam a carne assada sem quebrar um osso sequer, acompanhada de ervas amargas, vestidos e calçados, prontos para saírem do Egito, onde eram, até então, escravos. Nos 7 dias seguintes não podiam comer pão fermentado. Moisés, sob orientação de Deus foi a faraó, depois de caírem 9 pragas sobre o Egito, sobre faraó e sua família transmitir as ordens divinas: “Israel é Meu filho, deixa-o ir, senão matarei todos os primogênitos egípcios, Faraó enfurecido, “pagou para ver” e em todas as famílias egípcias prantearam seus mortos, com exceção dos israelitas, pois o sangue nos umbrais anunciavam que ali morava um crente no sacrifício do Cordeiro de Deus. O cordeirinho era símbolo de Jesus e o Seu sangue derramado na cruz pelos que criam (1Cor 5:7-8). Assim, o anjo que exterminava os primogênitos “passava por cima” da casa sem matar o filho mais velho daquele lar. Note-se que não podia haver fermento no pão e nem sequer na casa. O fermento era símbolo do pecado (ver também Mt 16:6; 1 Cor 5:7-8).

A festa da páscoa era forte simbolismo; Jesus o Cordeiro seria morto para livrar o pecador da morte, porém o pecador não podia usar o fermento por 7 dias (completos), ou seja, não se podia continuar com o pecado. Foi o que Jesus disse à Maria de Magdala: “Eu também não te condeno. Vai e não peques mais (João 8:11).

Dr. Noel Rabinowitz, professor judeu diz que a páscoa é também um simbolismo escatológico (escatologia estuda os acontecimentos do fim), de acordo com Mat 26:26-29 sobre a santa ceia. Jesus dá o pão (sem fermento) e diz comam, este é o Meu corpo partido por vocês; então entrega o suco de uva e repete: bebei, este é o Meu sangue derramado para remissão dos pecados… A Ceia foi colocada como substituto da Páscoa. Rabinowitz diz que as palavras de Jesus são o eco das palavras de Moisés ao espargir o sangue do cordeiro sobre o povo: “este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco…” (Ex 24:8). O Professor cita material rabínico “Mekitla Exodus”, endossando que a última ceia entrelaça a páscoa e o novo concerto no admirável plano divino para redimir o Seu povo. Jesus explicou: “Quem não comer da carne do Filho do Homem e não beber o Seu sangue não terá vida… Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue, tem a vida eterna (João 6:53-54).

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Um ponto a elucidar é o caso de que os dias 15 e 22 eram sábados (anuais, não semanais) partes da festividade devido à salvação tipificada pela páscoa, agora pela ceia; o pão e o suco de uva sem fermento, substituíam o cordeirinho pascal. A ceia, segundo Jesus deverá ser comemorada até à Sua volta e então na eternidade.

Os sábados da Páscoa não são o sábado semanal, mas anuais; denominam-se sábados por se tratar de comemorações sem outra ocupação que não a religiosa. O sábado semanário é referente ao quarto mandamento da Lei de Deus e lembra o poder criativo de Deus e o Seu amor ao dar à humanidade um dia de descanso a cada semana. Os sábados anuais são partes da festa pascal e lembra que o Cordeiro de Deus, Jesus viria para morrer para salvar os pecadores que nEle cressem, Os cerimoniais lembravam aos judeus o futuro enquanto o semanal indicava o passado, a criação. Assim a Páscoa nada tem a ver com o domingo, é um dia fixo anual. Ainda, como Jesus implantou a Ceia em substituição à Páscoa, não há porque comemorá-la, a não ser para uma festividade sem significado religioso, porém adocicada pelo folclórico coelhinho de chocolate, capaz de botar ovos de chocolate. Como o coelho é um animal que se reproduz rapidamente, assumiu, como o ovo, o papel de fertilidade e de nova vida. O costume foi criado e trazido assumiu o papel, como o ovo, de fertilidade e nova vida. O costume foi criado e trazido pelos alemães para a América no século 18. Esses coelhinhos põem cada ovo!

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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