Olhando para este banco velho, me peguei a pensar
Madeiramento muito bem trabalhado e de palha trançada, começando a estragar.
Banco desgastado pelo tempo, comecei a imaginar
Quantos causos e negócios os patrões e coronéis conversaram sentados ali, pitando um bom cigarro.
Quantas lavouras de café nasceram de uma boa conversa.
Quantas ideias e assuntos em prática.
Ficavam horas a conversar…
Banco velho,
Se pudesse me contar!
Seus braços estão soltos, este que serviu de apoio para uma bengala ou um braço cansado.
Seu encosto está afundando e o assento também. Está ali naquele canto, já faz tempo que não senta ninguém.
Com uma exclamação de prazer, o coronel oferece aos convidados ilustres um bom vinho da safra de sua propriedade.
E falam da lavoura do ano que vem.
Um banco que não vale mais nada, porque ao passado pertence.
Este mesmo banco em que o sinhô e a sinhá
Ficaram horas a conversar!
Banco velho, de três lugares, para nós parece um sofá.
Mas hoje
Não se vê um banco como esse, mesmo com tantas condições.
Ninguém fabrica um banco como este.
Hoje, este banco foi restaurado, chamando a atenção de muita gente!
Já não se sentam mais os coronéis e os fazendeiros.
Mas enfeita a sala da bisneta Christina, que sorri contente!
Ela, que olhava para o banco ali, encostado.
E pensava todo dia
Com saudade de seus pais e do bisavô
Toniquinho Dias.