19/01/2018
Aventuras de moleque
DO FUNDO DO BAÚ RAFFARD
Essa barragem me traz muitas recordações! Quantas aventuras inconsequentes vividas as suas margens, ainda moleque com 12 ou 13 anos, seguia os mais velhos que pescavam com tarrafas e outros meios.
Depois de fisgar alguns, os peixes eram fritos ali mesmo, na margem esquerda da represa e à direita do canal que levava água para alimentar a usina da Santa Rita, e produzir energia elétrica. Nós, crianças, ficávamos na espreita dos mais velhos, até sermos convidados a nos servir de um pedaço de peixe frito, que mais parecia uma iguaria de tão delicioso que era.
À direita dessa represa existia ou existe talvez, uma escada, tipo uns coxos que servem para os peixes subirem na época da piracema, época da desova, e nós inadvertidamente aproveitávamos para pegar os peixes com a mão, pois ficavam bastante vulneráveis nessa ocasião. Muitas e muitas vezes também entrávamos debaixo dessa queda d’água e íamos de um lado para outro, nos sentindo verdadeiros aventureiros como se estivéssemos dentro de um filme, onde o mocinho se escondia com seu cavalo, atrás de uma cortina d’água daquele tipo.
A esquerda da represa tinha aquele canal já citado e nós os moleques escalávamos a comporta que determinava o volume de água que entrava no canal e mergulhávamos da altura aproximada de 4 ou 5 metros. Quando tínhamos plateia, que eram as pessoas que vinham apreciar o movimento das águas, aí saltávamos sem parar, daqueles pilares, mergulhando nas águas do referido canal, em busca de impressionar os visitantes.
Hoje, ao relembrar esses fatos, me vem à mente o perigo que corríamos, pois afinal erámos crianças sem noção das consequências das coisas erradas que fazíamos escondidos de nossos pais, mas ao mesmo tempo, nos dá um aperto no peito ao lembrar o quanto fomos felizes nas nossas aventuras de moleque.
(Relato feito por Orlando Albiero Junior no Grupo Rafard Do Fundo Do Baú, relembrando sua infância quando ia nadar na represa da Santa Rita)