José Soares de Faria nasceu aos 25 de dezembro de 1891, na cidade de Lavrinhas, no Estado de São Paulo, filho de Anacleto da Silva Faria e Maria Soares de Oliveira Faria, ambos portugueses.
Aos 21 de janeiro de 1925, com a idade de 36 anos formou-se Doutor em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, localizada no bairro de Pinheiros, na cidade de São Paulo.
No ano seguinte, em 1926, a convite dos franceses, proprietários da usina, veio morar e trabalhar como médico contratado na pequena Villa Raffard, onde sua rotina era atender os doentes no consultório, na parte da manhã, e a tarde ia atender os muitos chamados nas fazendas da usina, como Santa Lídia, Itapeva, São Bernardo, Santa Maria e outras.
Nos anos da crise mundial, época em que eclodiu a Segunda Guerra, Dr. Faria, como era conhecido, usava uma charrete para atender os chamados das famílias que precisavam do seu cuidado. Mais tarde passou a se locomover com um carro da marca Chevrolet, que o povo de Villa Raffard chamava de “baratinha”, e mais tarde, a direção da usina disponibilizou ao médico, uma ambulância.
Quem o conheceu, fala com orgulho de ter o privilégio de ser atendido por ele, pois antes de ter sido um excelente profissional, foi um humanista, que atendia a todos sem fazer distinção, ainda que fosse chamado nas frias e chuvosas madrugadas para atender algum doente em alguma humilde casa nas fazendas que pertenciam à usina.
Assim foi todo seu trabalho, sempre pautado pelo amor à profissão, até o dia 21 de dezembro de 1968, quando se aposentou.
No entanto, mesmo após sua merecida aposentadoria, para aplacar as saudades, voltou várias vezes à agora “Cidade de Rafard”, para visitar amigos e parentes, e relembrar o passado.
Na sua última visita à nossa cidade, passeou vagarosamente de carro pelas nossas ruas, com lágrimas nos olhos, olhando silenciosamente para tudo e todos como se estivesse despedindo da cidade e do povo que o acolheu.
No dia 11 de outubro de 1974, veio a falecer em São Paulo no Hospital Jaraguá, aquele que ficará para sempre em nossa memória como o amigo, o pai, o irmão, o nosso inesquecível “Doutor Faria”.
Eles que soube como poucos, retribuir a hospitalidade dos moradores da pequena Rafard, mesmo após sua morte, nos deu a honra de ter seu corpo sepultado no cemitério de nossa cidade, conforme era o seu desejo.
Por todo o relato acima feito por sua filha Maria Cândida Pinheiro, e por muito mais daquele que foi além de médico, um ser humano ímpar, e que deixou muito mais que saudades em todos que o conheceram, foi merecidamente homenageado (foto) numa avenida que leva seu nome em nossa cidade.
Grato pela atenção de sua leitura, e um grande abraço.
COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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