Leondenis VendramimOpinião

As obras revelam o caráter do autor

04/11/2016

As obras revelam o caráter do autor

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Meu pai foi construtor e projetista. Quando encontro amigos que me dizem: “Seu pai construiu a casa de meu pai”. Tenho orgulho, pois falam dele como homem de bom caráter. As obras, aquilo que fala, o modo e o tom com que expressa, o pendor, os critérios, as roupas que veste, os amigos, os atos, revelam o caráter de uma pessoa. Desse mesmo modo conhecemos sobre o caráter de Deus; sabemos do que Ele gosta ou não aprecia, quais são seus sentimentos e desejos, como usa de Sua autoridade e prerrogativas, etc. Tudo isto e muito mais podemos saber buscando em Suas palavras e Suas realizações.
Vamos desbravar, tanto quanto consigamos e soubermos essas duas formas. Para chegarmos às boas conclusões devemos usar de sincera perscrutação, sem preconceito e pré-conceitos, e aceitarmos o resultado. Não devemos nos fiar nas pretensas verdades de filósofos e de mestres humanos e finitos, busquemos por nós mesmos a razão de nossa crença nas exaradas obras de Deus.
Comecemos pela Sua criação. Ele criou todas as coisas, visíveis e invisíveis em seis dias, falando (Cl 1:16). Três revelações: Seu poder; Sua sabedoria e Seu amor.
É Onipotente, por ter criado todas as coisas e porque Ele falou e as coisas passaram a existir (Sl 33:9). Coisas as mais intricadas, inescrutáveis e maravilhosas como o ser humano. Depois de seis mil anos de sua criação, de estudos anatômicos, da medicina e da engenharia genética, o corpo humano continua sendo um misterioso e perfeito engenho do Criador. Que máquina! O coração pulsa dia e noite, enviando o sangue com os nutrientes para todo o corpo, alimentando todas as células! Qual seria o computador comparável, ao ainda, inexplicável e enigmático cérebro humano? Coisas que aparentemente não daríamos valor funcional como os cílios, as sobrancelhas, mas que protegem os olhos contra impurezas do suor e de outras. Num arroubo disse o salmista Davi: ”Graças te dou porque de modo assombrosamente maravilhoso me formaste, as Tuas obras são admiráveis…” (139:14). A sabedoria de Deus é infinita e suas obras, mesmo as mais simples, assim o demonstram. Todos sabemos explicar a teoria da fotossíntese, mas a sua realização e o seu processo, são inexplicáveis. Sabem-se os elementos químicos que compõem os líquidos oculares, do humor aquoso e do vítreo, mas nenhum ótico, oftalmo e ou químico é capaz dar visão a alguém que teve os olhos vazados. A sua criação não mostra só a sabedoria e o poder do Criador, revela também o Seu amor.
Deus fez o homem da terra, e ao sair das mãos do Escultor, era perfeito saudável capaz de dialogar com Jesus. Imaginemos Adão, ao despertar e contemplar pela primeira vez aquele monumento de mulher perfeita, belíssima: “osso de seus ossos, carne de sua carne”, quanto amor aflorou! Na Sua pré-ciência Deus criou todos os remédios necessários porque amava o homem. Criou alimentos variadíssimos, com cores atraentes, aromatizados e sabores diversificados, formatos e, sabores adequadamente variegados.. Caqui, pêssego, uva, manga, jabuticaba, e outras. Por que essa inumerável diversificação! Quem seria o artista capaz de conceber tal façanha? Como conseguiu fazer com que o líquido acre adocicado fosse contido nos gomos da laranja? Contemplou o leitor as multicoloridas flores? Demorou-se a cheirá-las? Sentiu a maciez das pétalas das rosas? Alguma vez agradeceu a Deus pela beleza das orquídeas, pela flor-do-maracujá? Ou pelos alimentos diários? Deu alguma flor à sua namorada ou à sua esposa? Mas por que Deus fez essa beleza? Na terra predomina a cor verde em matizadas tonalidades.
A beleza da criação nos encanta, proporciona otimismo, produz endorfina, declara que o Criador, o Onipotente é também o Deus que nos ama, prezados leitores. Ela nos estimula a amarmos, e nos conduz reverentes e agradecidos a esse Pai de amor. Conservemos a natureza, usufruamos dela, sejamos felizes e façamos também felizes os nossos relacionados.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo