Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Arrependimento é fruto de mudança

“Daqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra.” Mark Twain

Devido às nossas próprias imperfeições (que nos abrem possibilidades de melhoria e aperfeiçoamento), devemos ter cuidado com a avaliação que fazemos dos outros.

Sim, porque o ladrão, o corrupto, o desonesto podem estar dormindo dentro de nós.

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Para evitar despertá-los, é sugerido não compactuar com os pensamentos de facilitação, de poder levar vantagem (desleal), de preconceito, de injustiça, e também de revolta, porque esses pensamentos podem se virar contra nós um dia.

Para isso, também, cuidado com as pessoas em quem confiamos e de quem ouvimos orientações e conselhos. Paixões que dividem e cegam, por exemplo: devem ser abraçadas ou evitadas?

Não devemos apoiar um líder ou uma causa porque temos interesse em nosso próprio benefício, sem pensar nos direitos de nosso próximo.

Mas quantas vezes ainda não cometemos tais erros ou piores?

Tenho entendido que arrependimento não é quando você lamenta, martiriza-se ou chora, porque errar é humano, não é pecado, é um aprendizado, porém tem consequências. Arrependimento é quando mudamos com base naquilo que fizemos de mau, é quando começamos a nos tornar criaturas renovadas. Arrependimento é fruto de mudança – quem não se arrepende não muda.

Errar não é pecado, repito, é um aprendizado. Pelo caminho do arrependimento virão os dias em que falharemos menos, porque teremos aprendido o que é inconveniente, o que machuca ao próximo e à nossa consciência.

Aprendendo o que é equívoco, a lição será de não mais voltar àquele mesmo engano – cometamos falhas novas, pois o mesmo erro é ignorância.

O trovador tieteense domiciliado no Mundo Maior, Cornélio Pires, apareceu pelas bandas de Minas Gerais e ditou algumas trovas pelas mãos do médium Chico Xavier. Uma delas conta dos equívocos do passado do moço João, que se refletem no presente, para corrigi-lo:

“João vai nascer…, mas nas culpas
Que amargam na lembrança,
Roga um problema nervoso
Que lhe guarde a temperança”. (1)

(1) Cornélio Pires (Chico Xavier) Coisas deste mundo – Editora O Clarim

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