Artigos

Aprendendo com o rato

O rato, segundo os seus donos, é um animal inteligente, amigável, leal e cativante, constituindo-se como uma grande companhia. Ele gosta normalmente de carícias na cabeça e que lhe coce as orelhas.

Assim, com o intuito de espalhar o “amor”, combater o preconceito da sociedade e manifestar o gosto por esses animais, foi criado em 2002 por amantes de ratos, o dia do rato, tendo sido escolhido o dia 4 de abril para homenageá-los.

O rato é um mamífero biologicamente não muito diferente dos humanos! Ele possui um esqueleto, dividido de forma bem semelhante: cabeça, tronco e membros. Um rato pode comer diariamente cerca de 10 a 20% do seu peso e consome cerca de 250 ml de água. O período de gestação das fêmeas é de 23 dias. Um par de ratos pode gerar uma colônia de quase 2 mil ratos e deixar cair 1 milhão de pelos por ano.

Mas, o que representa o rato? O rato é um mamífero roedor que simboliza avareza, ganância, roubo, impureza, além de ser uma criatura temível. Ao mesmo tempo é caracterizado como um ser inteligente, habilidoso, fertil e abundande.

No nosso cotidiano deparamos com muitos “ratos”. Alguns famosos, que chamam a atenção para a vida, tais como: Mickey – um rato de comportamento um pouco esquecido e extremamente imaginativo que às vezes escolhe diversão e aventura do que um longo e cansativo trabalho; Jerry: um rato inteligentíssimo e cheio de habilidades que consegue tirar a paz do acomodado gato Tom; Topo Gigio: um rato que mostra aos infantes como devem fazer suas obrigações básicas e se divertir; Fievel: um rato imigrante deslumbrado com novos ambientes e acreditando em informações imprecisas que acabam levando à uma incrível saga de encontros, desencontros, novas amizades e ameaças através dos perigos. Se for enumerar, muitos outros ratos poderiam integrar este texto.

Isto posto, pode-se dizer, em resumo, que existem ratos apresentados com virtudes e inocência para o coletivo da sociedade, e também existem outros que lambem a sujeira dos pés dos ratos maiores e bebericam o sangue do que chamam de melhor amigo. Por isso, as vezes dá para imaginar que a rataria não dorme e fica se acasalando a todo tempo para procriar intensamente e manter ocupado a imensidão dos espaços. Enquanto procriam não se importam com as outras espécies, ou seja, não se importam em deixar outras espécies de seres famintos mais famintos, para que sobre mais alimentos para a rataria se alimentar fartamente e depois de alimentada que defeque onde não deveria, criando condições inviáveis da manutenção de sobrevivência de outros seres nesses locais.

Mas, mesmo com essas características, os ratos são importantes para o equilíbrio ecológico. Na natureza vivem nas matas, brejos, margens de rios. São parte da cadeia alimentar, pois são presas de aves, cobras e outros animais. Algumas espécies, mesmo repelidas e não serem domésticas, vivem próximo aos seres humanos, pois devido a essa proximidade encontram facilmente alimento, água e esconderijo.

Agora, olhando para o lado educativo é possível extrair algo da rataria?

Pensando nesta questão nada melhor do que trazer para este texto a fábula do rato e a ratoeira para dar um pouco de luz ao aspecto educativo e proporcionar um ensinamento às pessoas, através de histórias vivenciadas por personagens irracionais. Diz a fábula criada por Esopo, um contador de histórias da Grécia Antiga que viveu entre os séculos VII a.C. e VI a.C.:

“Em uma fazenda vivia um rato, que tinha sua toca dentro da casa do fazendeiro. Um belo dia amanheceu e o rato, ao sair da toca, se deparou com uma caixa trazida pelo fazendeiro, muito curioso ficou à espreita esperando que alguém abrisse a caixa e revelasse o que havia em seu interior. Horas mais tarde os empregados da fazenda abriram a caixa e de lá tiraram uma grande ratoeira. O rato de tão apavorado que ficou com o novo objeto da casa, saiu pela fazenda buscando avisar a todos dos perigos que estavam por vir.

Foi até a galinha e contou o que tinha visto, e perguntou o que ela ia fazer, a galinha muito tranquila disse que não tinha nada com isso uma vez que ela era esperta e nunca seria pega pela ratoeira.

Foi então até o porco e falou da ratoeira e da reação da galinha, mas também o porco disse que aquele assunto não o interessava porque a ratoeira estava dentro de casa e ele nunca entraria na casa.

Por fim o rato procurou a vaca, mas a reação dela não foi diferente, a vaca disse que a ratoeira era muito pequena para ela então não havia com o que ela se preocupar.

Conformado o rato voltou para sua toca e procurou ter cuidado por onde andava para não ser pego pela armadilha.

Certa noite acordada pelo barulho característico da ratoeira a mulher do fazendeiro foi ver o que havia, e se deparou com uma cobra presa pelo rabo. Ao tentar soltar a cobra a mulher foi picada e caiu desacordada pela força do veneno. Levada às pressas ao seu quarto começou a piorar e então a cozinheira teve a ideia de preparar uma boa canja para lhe recobrar as forças, e matou a galinha.

Como se passaram os dias e a mulher do fazendeiro só piorava, os vizinhos e conhecidos preocupados começaram a frequentar a casa oferecendo ajuda. Como era grande o número de visitas, o fazendeiro resolveu matar o porco para poder alimentar a todos.

Por fim a mulher acabou morrendo por conta da enfermidade, e toda a comunidade veio prestar condolências e se despedir. Tamanho o número de pessoas que o fazendeiro pediu a cozinheira que matasse a vaca e preparasse comida a todos”.

Assim, esta fábula ensina que as pessoas devem sempre pensar no dia de amanhã e não se comportar como a galinha, o porco e a vaca nas suas zonas de conforto. Devem, ainda, buscar se planejar para situações distintas, antecipando futuros cenários sem negligenciar às ameaças e de uma coisa é certa: um mero problema é de todos, ou seja, sistêmico, mas apenas àquele que se preocupa tem a chance de sair ileso, uma vez que todos do sistema estão de alguma forma inserido no mesmo contexto, portanto, não podem negligenciar as ameaças.

Para encerrar, o dia 09 de dezembro é o Dia Internacional contra a Corrupção. Os “ratos” que se cuidem!!!

João Ulysses Laudissi, engenheiro e ex-diretor do Senai Rafard
João Ulysses Laudissi, engenheiro e ex-diretor do Senai Rafard

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?