Opinião

Aparições de Nossa Senhora de Lourdes

Padre Antônio Carlos D’Elboux é pároco de Rafard (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Padre Antônio Carlos D’Elboux

Lourdes é uma pequena cidade do sul da França. Foi lá que, de 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, Nossa Senhora apareceu a uma adolescente de 14 anos, Bernadete Soubirous, que era de família pobre. Na primeira aparição, Bernadete tinha ido com sua irmã Antonieta e sua amiga Joana buscar gravetos para a lareira de sua casa. Afastando-se um pouco das outras adolescentes, aproxima-se da Gruta de Massabielle, nas margens do Rio Gave, e vê uma bela senhora vestida de branco, com um véu branco, um cinto azul, uma rosa em cada pé e um terço. Inicialmente Bernadete pensa que estava sendo vítima de ilusão e esfrega os olhos, mas continua vendo a mesma mulher.

Na volta para casa, Bernadete pergunta as companheiras se viram alguma coisa, mas elas respondem que nada viram e querem saber o que aconteceu. Bernadete diz que viu uma bela senhora, mas pede para não contarem a ninguém. Tão logo chegam em suas casas contam para suas mães, que as proíbe de voltarem ao local. A segunda aparição se deu no domingo seguinte, 14 de fevereiro, quando Bernadete insistiu com a mãe para que a deixasse ir à Gruta. Vencida pelo cansaço a mãe a autoriza. Antes, porém, Bernadete passa na Igreja e pega uma garrafinha com água benta. Após rezar a primeira dezena do terço, a senhora aparece e Bernadete lhe joga água benta, mas a senhora apenas sorri. Bernadete lhe diz: “Se a senhora vem da parte de Deus, fique; se não, pode ir embora” e a senhora continua a sorrir e não diz nada.

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Na terceira aparição a senhora promete a Bernadete fazê-la feliz, não neste, mas no outro mundo. Na oitava aparição, em 24 de fevereiro, a senhora lhe diz: “Reze a Deus pelos pecadores. Penitência. Penitência. Penitência. Beije a terra em penitência pela conversão dos pecadores”. Na nona aparição, a senhora manda Bernadete beber da água da fonte, mas ela não vê fonte alguma. A senhora manda olhar para a terra e ela vê um lamaçal e cavoca por três vezes, de onde jorra água cristalina que ela bebe e se lava com ela. Como penitência pelos pecadores, a senhora manda que ela como uma erva que estava ali perto. Na 13ª aparição, em 02 de março, a senhora diz: “Vai dizer aos sacerdotes que tragam o povo aqui em procissão e me construam uma Capela”.

É na décima sexta aparição, em 25 de março, que após a insistência de Bernadete, a senhora diz: “Eu sou a Imaculada Conceição” e Bernadete vai apressadamente, repetindo a frase para não se esquecer, contar ao Pároco, que começa a perceber que realmente Nossa Senhora está aparecendo em sua Paróquia, pois o Dogma da Imaculada Conceição tinha sido declarado quatro anos antes pelo Papa Pio IX e alguns teólogos estavam questionando seu conteúdo. Para o pároco era a confirmação do dogma pela própria Virgem Maria, pois Bernadete era analfabeta e não teve acesso à esta informação. A última aparição de Nossa Senhora foi no dia 16 de julho do mesmo ano.

Muitos milagres começaram a ocorrer em Lourdes pela intercessão de Nossa Senhora. Aos 22 anos, Bernadete entrou no Convento das Irmãs de Caridade de Nevers, onde foi enfermeira e sacristã, e faleceu em 16 de abril de 1879, com 35 anos. Suas últimas palavras foram: “Eu vi a Virgem. Sim, a vi, a vi. Que formosa era”. Depois, apertando nas mãos o Crucifixo falou: “Rogai, Senhora, por esta pobre pecadora”. Muitos anos após seu sepultamento, ao abrirem o caixão constataram que seu corpo estava incorrupto. Foi beatificada em 12 de junho de 1925 pelo Papa XI e, oito anos mais tarde, canonizada pelo mesmo Papa, aos 08 de dezembro de 1933. Seu corpo está exposto em uma urna de cristal no Convento São Gildarde, em Nevers.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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