21/11/2017
Análise de trabalho
Final de temporada, muita coisa já definida e é normal pipocarem notícias sobre o planejamento – ou a falta dele – dos clubes para a temporada seguinte. E o que mais me chama a atenção é a especulação diante de nomes de treinadores que possam vir a trocar um time por outro ou serem contratados após um período de inatividade. Critério zero na avaliação de perfil, ideias de jogo, conhecimentos e experiências acumuladas.
Vamos pegar o caso do Palmeiras, por exemplo. Dois nomes são cogitados para assumir a equipe em 2018: Abel Braga e Róger Machado. Qual a semelhança entre ambos? Que ponto do trabalho de cada um converge e servem como diretriz para a filosofia de jogo do clube nos próximos anos? Nenhum!!!
Aqui não vai juízo de valor sobre quem é melhor ou pior. Até porque Abel Braga não conseguiu dar consistência ao Fluminense neste ano, em um trabalho pobre de ideias, organização e conceitos. E Róger até apresenta muitos fundamentos técnicos e táticos, mas tem pecado na execução deles já que não conseguiu finalizar seus trabalhos no Grêmio e no Atlético-MG.
O ponto dessa minha crítica é a falta de uma análise profunda dos clubes para definir quem será o seu gestor técnico de campo. Ao trazer dois perfis tão antagônicos a discussão, fica evidente que não há uma filosofia de futebol a seguir. E a própria análise de que Abel tem um perfil vitorioso e agregador é muito rasa e não contempla os multi fatores que interferem em um resultado no futebol.
A resposta está no próprio clube: o que a história e maiores conquistas dizem? Qual é o jeito de jogar que mais agrada o nosso torcedor – o verdadeiro interessado no produto final? Que elenco teremos para o ano seguinte? A partir das respostas dessas perguntas é que se busca o perfil do treinador ideal para dar andamento a um projeto planejado. Com foco no clube e não no técnico. É muito mais do que um perfil, que muitas vezes agrada a opinião pública, mas que não tem consistência no médio prazo. Que o Palmeiras aprenda com os erros de 2017.