02/02/2018
Ainda, Capivari VII
ARTIGO
Imigrantes chegam a Capivari – O impacto sobre a demografia
A cidade de Capivari recebeu imigrantes de diversas origens. Inicialmente, a partir de 1848, vieram as famílias alemãs, que apesar de pouco numerosas, deram uma contribuição importante para a vida cultural da cidade e deixaram uma grande descendência. No final do século XIX, inicia-se na chegada dos imigrantes italianos. Segundo Vinício Stein de Campos, esse movimento migratório tomou impulso a partir de 1875. Por ocasião da visita do Imperador D. Pedro II a Capivari, em setembro de 1878, já havia na cidade um grupo de senhoras italianas que homenageou a Imperatriz Teresa Cristina em sua língua natal.
É provável que mais ou menos por essa época tenham começado a chegar à cidade os sírio-libaneses. Diferentemente dos italianos, que se ocuparam num primeiro momento de atividades agrícolas e industriais, o contingente sírio-libanês concentrou-se no comércio.
É interessante analisar qual era o perfil da população capivariana pouco antes da chegada dessas levas de migrantes.
De acordo com o censo demográfico de 1872, havia no município um total de 2.703 fogos (domicílios), com uma população de 8.197 habitantes, sendo 5.008 pessoas livres e 3.189 escravos. O número de estrangeiros era muito baixo (82 pessoas, o que correspondia apenas a 1% da população). Desse grupo, 23 eram africanos, 27 portugueses, 10 franceses, 9 italianos, 9 alemães, 2 chins (chineses), 1 inglês e 1 oriental, de país de origem não especificada.
O quadro demográfico apresentado pelo censo de 1890 é bem distinto: dos 10.809 habitantes do município, 885 eram estrangeiros, o que correspondia a uma parcela de 8,2% da população. Nos 30 anos de intervalo entre os censos de 1890 a 1920, o processo de chegada de imigrantes ganhou impulso: em 1920, o município de Capivari contava com 25.591 habitantes, dos quais 4.286 (16,8% do total) eram estrangeiros. Desses, 2.776 eram italianos (aos quais devem ser acrescentados mais 120 austríacos, que talvez viessem de regiões italianas na época ocupadas pelo Império Austro-húngaro). Havia ainda 943 espanhóis (provavelmente concentrados no distrito de Mombuca), 188 portugueses, 18 alemães, 31 de outros países europeus, 127 da Turquia Asiática, 81 de países da América e 2 japoneses.
Imigrantes que deixaram Capivari
Pouca informação se tem sobre o número de imigrantes ou seus descendentes que deixaram Capivari, sendo provável que tenha havido, a partir de certo momento, um êxodo de famílias da região: o fato é que não se veem mais em Capivari sobrenomes que, até 1920, ocupavam lugar nas notícias da imprensa: Andreolli, Calvitti, Cavaletti, Falcione, Fratini, Galzinato, Gamballe, Lattanzio, Lopreti, Néspolo, Palumbo, Pianelli, Quierrighini, Tini, Viviani, Zeppelini. (Segue)
Cidadania
Como tudo tem começo, meio e fim, a nossa paciência se esgotou quanto a insistência em colaborar com a ordem para o progresso de Rafard, sem que fossemos atendidos. Resolvemos assim abandonar o “campo de batalha”, não como vencidos, mas vencedores pela consciência tranquila de havermos feito tudo pela terra que nos acolheu carinhosamente nos idos de 1930. Agradecidos aos que, entendendo nossa boa vontade nos apoiaram, esperamos que assumam as críticas construtivas que vinhamos fazendo sem sucesso.
