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A vizinha malvada

Meus pais resolveram fazer seu ninho de amor no quintal da casa de uma mulher malvada. Ali colocaram seus ovinhos, que nasceria eu e meu irmão.

Logo após o nosso nascimento, o lugar do ninho começou a ficar sujo. A vizinha malvada derrubou o ninho sem dó e nem piedade.

Depois fomos jogados no quintal da casa ao lado. Meu irmão mais frágil, não resistiu a queda.

O bom senhor da casa me encontrou e com muito carinho cuidou de mim. Preparou uma caixinha com panos para me aquecer, papinha para aves do meu porte e com tanta paciência e dedicação me abria o bico para me alimentar.

A esposa do bom senhor, visto que sobrevivi me deu o nome de Vitorinho, pois foi uma vitória ter vencido a morte.

Foto: Arquivo pessoal

Fui crescendo, sempre temeroso com medo de tudo e de todos, até mesmo os da minha espécie, pois esse não era meu mundo. Já com bastante pena, a noite eu era recolhido para dentro da casa e já de manhãzinha era solto pelo quintal, para que aprendesse voar e achar o meu alimento.

Certo dia, quando meu dono foi me recolher ao escurecer, ele deparou com um monstro em cima da minha gaiola.

Não sabia o que era aquilo, mas ouvi o bom senhor dizer:
¬_ É uma raposa.

Achei que iria morrer, debati muito e muitas penas eu perdi.

Assustei muito, mais uma vez aquele senhor me salvou da morte.

A noite eu dormia dentro de casa para minha proteção. Eu estava sendo preparado para voar e achar meu alimento. Bebia no bebedouro azul e o cochinho da mesma cor.

O bom senhor foi mudando a vasilha para facilitar a minha sobrevivência quando fosse seguir meu destino.

Foi numa tarde que eu me assustei com uma ave e voei sem rumo. Não sabia voltar, pois não conhecia nada ainda da vizinhança. Sofri muito e senti falta dos meus cuidadores, do meu lar amigo.

No dia seguinte, eu estava tão desolado e triste que não tinha mais alegria de viver. Já estava me acostumando que minha sorte estava chegando ao fim. Que sina triste, a morte sempre me rondando.

Mas de repente meu coração se alegrou, já cedo clareando o dia, vejo o meu protetor varrendo a calçada e nesse instante voei em sua direção.

Ele e a esposa choraram de alegria e diziam:
_Óh, o Vitorinho voltou!

Cheguei a ouvir a senhora dizer que pediu ajuda a São Francisco de Assis, protetor dos animais, que iluminasse o meu caminho de volta.

Ela dizia ainda:
_Vou ficar triste quando o Vitorinho for embora, mas pela lei da natureza, deve seguir seu destino, encontrar uma companheira e construir família, longe de uma vizinha malvada.

Essa é a minha história, a história de uma rolinha.

“fatos verídicos”
Ass: Vitorinho

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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