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A vida depois do câncer

Chega ao fim o Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama e colo de útero. Durante toda a campanha, a mensagem principal foi sobre a importância do diagnóstico precoce.

É quando se descobre a tempo que as chances de cura aumentam, seja o câncer de mama, ou qualquer outro tipo da doença. No caso do linfoma, por exemplo, um tipo de câncer que afeta as células de defesa do corpo, o diagnóstico precoce é uma das principais ferramentas para o bom resultado do tratamento.

Só no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, são mais de 12 mil pessoas diagnosticadas com linfomas todos os anos. O Linfoma de Hodgkin, que é mais raro, atinge as células de defesa do corpo, e o Linfoma Não Hodgkin, que em geral é mais comum e pode provocar o aumento dos gânglios linfáticos, como os nódulos sob a pele, geralmente indolor.

Receber a notícia de um câncer, seja ele qual for, não é nada fácil, e dar os primeiros passos para o tratamento requer muita coragem e determinação.

No mês em que as mulheres são destaques pela superação desta doença, O Semanário traz a história de duas rafardenses, que tiveram suas vidas transformadas com a descoberta da doença.

Uma delas é a professora Karen Mônica Borghesi. Ela conta como superou o câncer, descoberto em outubro de 2017. A outra, é a jovem fotógrafa e produtora audiovisual, Andressa Tadei, que está em tratamento de um linfoma e registra tudo no seu canal do Youtube e nas redes sociais.

Karen Mônica Borghesi, professora e publicitária
Karen Mônica Borghesi, professora e publicitária

Batalha perto do fim

Em outubro do próximo ano (2022), a professora Karen Mônica Borghesi, de 53 anos, deve comemorar a alta definitiva do tratamento contra o câncer, um Linfoma Não Hodgkin, diagnosticado em 2017.

Karen é educadora há mais de 30 anos, formada em Língua Portuguesa e também publicitária. Nascida em Rafard, ela conta que o diagnóstico do câncer demorou a ser confirmado, e que chegou a ir a pelo menos 16 médicos diferentes.

“Meu diagnóstico do câncer foi demorado. E o resultado veio no dia do meu aniversário, em 04 de outubro de 2017. De início tive um choque, não foi fácil, mas em Deus comecei meu tratamento e venci, e no meu aniversário do ano que vem [2022], terei alta, com certeza”, relata Karen.

Ela contou com apoio do marido e dos filhos, a Anara de 13 anos e o Augusto de 11, para superar os momentos difíceis durante o tratamento.

Karen revela que sentia muita fraqueza e dores no corpo, principalmente nas pernas. Após os exames, que identificou onze linfomas, ela começou o tratamento no Hospital do Câncer em São Paulo, no qual segue até hoje com consultas periódicas.

O tratamento foi longo, de 2017 a 2018, e Karen teve que passar por sessões de quimioterapia. Foram oito sessões com duração de dez a doze horas cada uma. Ela diz que foi preciso muito pensamento positivo, apoio da família e dos amigos, e muita força de vontade para continuar em frente. “Quando começou a quimioterapia, eu já sabia que meu cabelo ia cair, então raspei a cabeça. Eu fazia até piada com a minha careca, sem cair no baixo astral. Sempre fui muito ativa, e não me entreguei”, relata a professora.

A mesma receita de superação e aceitação, Karen sugere para outras mulheres que estão passando pelo linfoma ou qualquer outro tipo de câncer. “É importante falar sobre o assunto com outras mulheres, fazer o tratamento médico com todos os exames, e se tiver que cair o cabelo por conta da quimioterapia, isso não é problema, é só usar uma peruca, um chapéu, um lenço, um brinco novo, ou não usar nada, e seguir em frente”, incentiva.

Hoje, ela demostra a gratidão por estar curada, continua de licença médica, por conta da baixa imunidade, mas espera voltar as suas atividades normais assim que liberada pelos médicos.

Andressa Tadei, fotógrafa e produtora audiovisual
Andressa Tadei, fotógrafa e produtora audiovisual

História compartilhada

Na história da fotógrafa e produtora audiovisual, Andressa Tadei, de 29 anos, o diagnóstico do câncer, um Linfoma Hodgkin, também demorou. Foram vários os exames e visitas médicas até descobrir o que estava acontecendo.

Foi exatamente a demora no diagnóstico que levou a jovem rafardense a compartilhar sua experiência no canal do Youtube e nas publicações no Instagram. “Pensando na demora que foi pra eu ter meu diagnóstico, pensei em começar os vídeos como forma de alerta aos sintomas. Hoje, converso com muitas pessoas pela internet que estão com o mesmo diagnóstico de câncer, e vi que poderia alcançar e ajudar muito mais pessoas com os vídeos”, diz.

Andressa está no meio do tratamento, que teve início em julho deste ano. Já foram seis sessões de quimioterapia, e a cada etapa, ela divide as experiências com seus seguidores nas redes sociais. “O canal no Youtube ainda está crescendo, mas no Instagram são mais de 4 mil seguidores que me acompanham todos os dias nos stories, e os vídeos chegaram no alcance de mais de 12 mil pessoas”, revela.

Antes de descobrir o linfoma, Andressa passou vários meses com sintomas, como coceiras pelo corpo, tosse muito forte, emagrecimento e uma forte crise de sinusite, que não curava com os remédios habituais.

“Fui em vários médicos, mas todos falavam que meus exames estavam normais. Até que fiz uma tomografia, e o médico perguntou se eu tinha notado algum caroço pelo meu corpo. E sim, tinham vários no meu pescoço.

Então, o médico me disse que poderia ser um linfoma, e que eu tinha que correr. A partir daí foram muitas consultas, biópsia, exames de sangue, tomografia, até chegar no diagnóstico final: Linfoma de Hodingk – esclerose nodular”, conta.

Hoje, Andressa diz que lida com a doença, uma etapa de cada vez. Muitas são as dúvidas, incertezas e as dores estão sempre presentes, mas ela revela que o mais difícil é lidar com todo o sentimento por trás disso. “Sem dúvida, o mais difícil é a incerteza: será que vou ficar boa? Será que meu cabelo vai cair? Será que vou conseguir viver normal?”, desabafa.

Mesmo nas incertezas, Andressa trata do assunto com maturidade e bom humor, e a experiência nas redes sociais tem ajudado a lidar com os desafios. “Hoje eu não me preocupo com o amanhã, apenas vivo e aproveito o meu dia da melhor maneira. O tumor no meu tórax, que antes media 16 cm, reduziu para sete centímetros, e os linfonodos inflamados já sumiram todos. Então, para hoje, tenho gratidão e vontade de seguir em frente”, comemora.

Para acompanhar os vídeos e relatos do dia a dia de Andressa, é só acessar o canal no Youtube e seguir o Instagram: @andressatadei.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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