Opinião

A verdade bíblica e as ciências 3

17/07/2015

A verdade bíblica e as ciências 3

Artigo | Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Ainda que suscintamente, tratamos no artigo anterior como a medicina mudou, felizmente para melhor, devido aos avanços científicos e tecnológicos, mas Deus é presciente, Ele não muda. Não é presságio, nem tem a ver com astrologia, cartomancia, necromancia, ou outro tipo de adivinhação, mas o Criador do Universo sabe todas as coisas, é a Fonte de todas as ciências, passou os conhecimentos que achou por bem, aos Seus profetas e discípulos, para que escrevessem a Bíblia. Tratamos também de mostrar como os ensinos filosóficos são guias inseguros. Alguns temas específicos carecem de luz porque, ou estão no foco da mídia, ou pululam na mente popular. Refiro-me à escravidão e à imortalidade em face do que dizem a Filosofia e a Bíblia. Comecemos com a questão da escravatura.

Como eu não vejo base alguma, científica nem bíblica, para que haja diferença de valorização ou depreciação entre pessoas pela cor da pele, vamos considerar a servidão do ser humano de modo geral (houve, e ainda há escravos brancos, negros, mulatos, índios e amarelos).

Uma ética seletiva e a escravocracia eram defendidas e ensinadas pelos filósofos da antiguidade grega como Aristóteles (384 – 322 a.C.) e Platão (348-268 a.C.) – o próprio Platão foi vendido como escravo, e escapou da morte por pouco.  Para eles o escravo era semelhante ao animal, tinha corpo forte para o trabalho enquanto os livres eram adaptados à cidadania. O trabalho braçal era ignóbil ao cidadão. Os servos eram estratificados conforme o trabalho e riqueza, a classe mais baixa era chamada tetrápode (quadrúpede), só superior às coisas inanimadas. (A Política, Cap 2 e 8).

Na Babilônia, Egito e em todo o Oriente havia escravos sujeitos a trabalho. Os escravos eram prisioneiros de guerra ou comprados para o trabalho. Era costume comprar moças menores para o trabalho às ordens da patroa ou para serem concubinas dos seus senhores. Algumas adotadas como filhas, mas que tinham o mesmo destino, havia casamentos em que a esposa era explorada na prostituição. Os escravos eram marcados com ferro quente com o nome do seu dono ou portava algum pedaço de madeira que identificasse o seu dono. É igualmente conhecida, no Ocidente a escravatura pelo império romano e mais tarde pelos europeus.

Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja Católica, dizia que o trabalho seria para impedir que o ócio criasse campo propício para os vícios e afirmava ser legítima a escravidão. Para justificar a escravidão dos negros, propunha que os negros eram descendentes de Can, que foi amaldiçoado por seu pai Noé, assim a escravidão era consequência do pecado. Tomás de Aquino (1221-1274), filósofo e teólogo católico, considerava o trabalho um “bem árduo”, necessário à evolução do homem o trabalho braçal seria uma forma de provação e fortalecimento espiritual em busca do Reino do Céu. Na Idade Média, a escravidão era violenta, aprovada pelos homens do poder e da cultura: filósofos, doutores, padres, aliás Igreja Católica foi a maior feudalista, e a que mais lutou contra a alforria dos escravos.

Desde o século 16 Santo Antônio era tido como soldado defensor dos colonos, aprisionando os negros fugitivos nas guerras contra os quilombos. O santo obteve quinze promoções, recebeu altos salários por mais de 100 anos, em 4 estados brasileiros ((Do Imag. À Sta. Inq., 111-112). Os padres jesuítas eram escravagistas, lutavam contra colonos, pajés, caciques, e até entre eles pelos serviçais. A história da neocolonização revela a maneira crudelíssima como os belgas, e demais europeus escravizaram os povos africanos, obrigando-os às tarefas, mutilando-os quando não cumpriam os alvos propostos. Há, talvez, ainda sobreviventes sem nariz, sem orelhas, sem pé ou sem mão, resquícios desse “neocolonialismo”. Os documentos mostram como os padres jesuítas e os colonos portugueses trataram seus índios e afro-serviçais. Nos pelourinhos os chicoteavam até sangrar, derramavam óleo fervente em seus pés; as patroas arrancavam com alicate os dentes das criadas feitas concubinas pelo senhor.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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