Opinião

A TV e a formação da família 5

09/01/2015

A TV e a formação da família 5

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

A televisão aboliu o convívio familiar e esse distanciamento esfria o amor fraternal. Os filhos acabam encontrando guarida nas ruas, aprendem a confiar mais nos amigos e nos artistas eletrônicos. Influenciados pelos shows e telenovelas, tornam-se rebeldes, perdendo a credibilidade nos pais. Os espectadores recebem uma avalanche de informações, maiormente de imoralidade, vícios e permissividade, de crimes e pretensa emancipação do ego, que ultrapassa a linha limítrofe da obediência, respeito, e há anos luz da honra aos pais. Todo radicalismo conduz a extremos opostos. O governo militar censurava a tudo e a todos, por questões políticas, sociais e morais; músicas, autores, oponentes, filmes, programas, aulas acadêmicas… Agora vivemos num liberalismo total, não há restrição para a pornografia, nem para o hedonismo, que solapa os alicerces da família e da sociedade mais amplamente falando. E como bola de neve, os menos avisados clamam por mais “pão, circo e vinho”, sem perceber que estão sendo conduzidos para a sua autodestruição como os idos sodomitas.

A Unesco patrocinou uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça sobre a censura, em 1977. Ela mostrou que 75% dos brasileiros preferia que houvesse algum tipo de restrição sobre o que vai ao ar, 64% pede a classificação por faixa etária e horário, 32% votou pela censura geral. Revelou também que os programas mais perniciosos eram: Gugu Liberato, novelas com cenas de sexo e homossexualismo. A pesquisa foi encaminhada à Abert a fim de melhorar a qualidade da TV. A reação foi atribuir à pesquisa uma forma de perseguição. De lá para cá a Mídia, considerada o 4º poder, abriu a porteira de vez, filmes mais violentos, mais eróticos, proliferam nas TVs e se estampam pela internet.

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A psicóloga Lídia Aratangy diz: “Uma criança que fica vendo programas que mostram cadáveres, como 190 Urgente, Cidade Alerta e Aqui Agora, perde a capacidade de ficar perplexa. Fica achando que o mundo é assim mesmo”. A apresentadora de TV Christina Rocha disse: “Até eu, que me considero uma pessoa aberta, me senti mal ao ver meu filho de 9 anos assistindo ao programa Madrugada Sexy”. A atriz Eliane Giardini revelou: “Quando aparecia uma cena de amor mais apimentada, sempre arranjávamos uma desculpa e mudávamos de canal”. Inúmeros estudos têm demonstrado a associação entre exposição midiática de sexo e o início cada vez mais precoce da vida sexual. Com frequência, meninas de 10 anos, têm se engravidado.

O psicólogo Ricardo Teixeira diz que as atitudes são aprendidas em idade muito precoce, e depois de aprendidas, é difícil modificá-las. Segundo especialistas TV, vídeos games e internet têm colaborado para um aumento de até 20% da violência no mundo real. Teixeira ainda menciona o fato de que os filmes com cenas de cigarros são considerados um dos fatores mais associados ao início do hábito de fumar entre os jovens e do uso de bebidas alcoólicas. Isto também é válido para a propagação do uso de drogas. (Aliás, o tabagismo e o alcoolismo são uma porta aberta para as drogas mais agressivas). A TV e a internet são as grandes propagandistas das novas e destruidoras drogas.

Há inúmeros males trazidos por esses eletrônicos: obesidade, hiperatividade, agressividade, isolamento social, depressão, confusão entre a fantasia e o real, consumismo, menor rendimento escolar, menor cognição, dessensibilização dos sentimentos, prejuízo para a criatividade, são alguns dos problemas causados por esses aparelhos citados pelo especialista e psicólogo Ricardo Teixeira.

É claro que a TV, celular, internet podem ser úteis, porém advertimos contra o excesso do tempo diante deles e dos conteúdos que estão a forjar o caráter das crianças, jovens e nosso também. É bom lembrar que teremos de prestar contas do nosso tempo, de nossa saúde e principalmente de nosso caráter Àquele que nos criou para sermos luzes para nossos filhos, netos e semelhantes outros. Que o nosso Deus nos bendiga para nos acharmos dignos de Sua companhia!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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