Opinião

A TV e a formação da família 4

13/12/2014

A TV e a formação da família 4

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

Ainda no tema, dada à magnitude da sua importância. O que estamos assistindo e ouvindo pela TV e internet? Crianças e jovens, na fase de formação de hábitos e caráter, ainda imaturos, têm livre acesso, e com mais habilidade para dominar esses aparelhos. Mas o que estão assistindo? Quais influências estão recebendo? Que tipo de caráter está desenvolvendo?

John Crisóstomo, estava pregando numa praça da Escócia quando viu a Princesa Mary Ellen. Então ele bradou: “Quanto me dão por Mary Ellen?”. A Princesa ouviu, parou e olhou muito brava. Mas Crisóstomo continuou: “Quanto vale a Princesa?” Então ele mesmo respondeu. “Jesus Cristo verteu o Seu sangue, deu a vida por ela na cruz. Assim ela vale o sangue de Jesus”. Quanto valem nossos filhos? Que futuro estamos projetando para eles?

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A Media Foundation, voltada para a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida fez uma campanha no Canadá e EUA: “Desligue a TV por uma semana”. A TV “Free América” abriu a polêmica sobre os conteúdos das TVs, e repercutiu até na Europa; inúmeras associações de telespectadores apoiaram a ideia e deflagraram campanhas contra o consumismo, a teledependência e contra a péssima qualidade dos programas. Carlos Alberto Di Franco da Universidade de Navarra escreveu um artigo na folha de S. Paulo: “Televisão e cidadania”, onde diz que alguns honestamente estão preocupados com a violência eletrônica, mas esperam que o governo censure, ou a própria TV e a mídia mudem. O governo não fará nada. E as emissoras… declararão fidelidade ao código de Ética da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão… Não caro leitor, o problema é todo seu. E de todos nós.”

Não se deve ter conformismo com a ineficiência do governo, nem aceitar passivamente que os efeitos do lixo moral e intelectual forje o caráter de nossos queridos, nem tolha nossa liberdade. A TV tem um poder de atração inconteste e cria no telespectador uma ilusão de poder incomensurável. Diante de um jogo, um sedentário sente-se um protagonista insuperável, diante cenas policiais, o fraco sente-se herói. A TV exerce um fascínio que sai da tela e encarna no espectador, ninguém está imune à sua capacidade de hipnotizar. Como a serpente encanta ao sapo e o devora, assim esse aparelho domina seus assistentes passivos e consome sua vida.

Um proprietário de um canal de TV disse que ele dava o que os telespectadores queriam. Ele estava respondendo sobre o porquê de tanto sensualismo na TV. O nível dos programas baixa na ordem do Ibope; se um programa de baixa moral tem boa audiência, mais permissividade apresentará.

Di Franco, o articulista mencionado, diz que a “televisão não mudará com anacrônicos apelos ao retorno da censura, nem com o pessimismo estéril dos moralistas de plantão. Melhorará sim com a crítica racional, equilibrada e bem intencionada dos que estão de bem com a vida”.
Se pais e professores não cumprirem o papel de educadores, formadores e lapidadores de caráter, não esperem que a internet e a televisão preencham essa lacuna. Pelo contrário, a monstruosidade do caráter degenerado será posta em evidência nas delegacias de polícia, nos hospitais e necrotérios. Com profunda tristeza eles verão a malfadada consequência de sua negligência ou incompetência.

Deus nos aconselha: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22:6). Em contraposição, aqueles que se esmeram na formação e lapidação do caráter de seus filhos, poderão dizer por ocasião da vinda de Jesus para juízo: “Eis-me aqui com os filhos que nos deste para maravilhas em Israel… (Is 8:18). Que Deus nos dê sabedoria e discernimento, e assim, sejamos idôneos para essa tarefa inexcedível de preparar nossas crianças para serem cidadãos de bem, patriotas honrados e reconhecidos homens de caráter impoluto e concidadãos do Céu, dignos de viver diante de Deus e dos anjos.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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