05/12/2014
A TV e a formação da família 3
Artigo | Por Leondenis Vendramim
No estudo anterior vimos que Deus fez o homem e o mundo em harmonia. O dia para o trabalho e a noite para o repouso, ambos benéficos à nossa saúde e felicidade. Fazer o contrário do habitual biológico traz graves consequências. Há estudos internacionais que mostram que dormir pouco ou com má qualidade aumenta o risco de transtornos psiquiátricos e emocionais. A excitação, as radiações e a luz provocadas pelas telas, causam cansaço mental, irritabilidade, neurose e outros males. A pesquisadora Dra. Gema G. Duarte revela também outro mal que é isolamento. Ela prevê que no futuro próximo, as pessoas da família estarão comunicando-se pelo seu celular e ou computador, vivendo isoladamente, sem afetividade e com tênue vínculo familiar. Será um dos mais terríveis males da sociedade moderna.
A Pesquisa da jornalista Fabiana Teixeira sobre o isolamento tecnológico revelam que ações, antes resolvidas pessoalmente, são solucionadas com um clique. Segundo sociólogos e psicólogos, o isolamento social tem causado depressão, solidão, estresse, inquietação, dependência, frustração, timidez, baixa autoestima, pois essa interação fria não pode substituir o contato pessoal e sentimental do calor humano. A Dra. Andréia Cardoso diz que trabalha 8 h diárias e quando precisa falar com colegas na mesma sala, fala pelo telefone ou computador; quando pega ônibus ouve seu MP3, em vez de conversar com companheiros, “virou rotina”.
A TV japonesa NHK apresentou uma pesquisa sobre a influência televisiva no bebê: Entre 4 e 7 meses: é estimulado por sons e imagens; 6 a 7 meses: brinca com o controle remoto; entre 8 e 9 meses aplaude as imagens; com 12 meses dança e exercita-se estimulado pela TV; 18 a 24 meses canta música da propaganda. O resultado mostra a necessidade de controlar o tempo e o conteúdo que assistem. As crianças absorvem àquilo que os pais assistem. Já escrevi num dos meus artigos que nosso cérebro é um computador admirável, grava tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, tateamos ou saboreamos, além disso, reage ante a sensação. Lembremos que nas crianças esse computador é mais rápido. O que grava vai formar hábitos e consequentemente o caráter. O conteúdo da TV (tom, ritmo, cor, uso de cigarro, droga, bebida, armas, lutas, amor ou sexo…) absolutamente tudo influencia na formação do caráter do telespectador. A TV é uma babá, está substituindo os pais e ditando a educação das crianças. Os pais precisam ser conscientes de que as crianças necessitam do toque, ser beijadas, acariciadas para serem dóceis, mas se veem filmes brutos, reportagens sobre crimes, ouvem discussões na TV ou dos pais, sem dúvida ela será desse molde. Os psicólogos Vicky Rideout do Kaiser Family Foundation adverte aos pais para não permitir que a TV os substitua na tarefa de educar. Crianças até 1 ano não deveria assistir à TV. E depois disto nunca passar de 2 horas diante da telinha. Jamais ter computador, TV, celular ou qualquer aparelho eletrônico no quarto, para o bem da saúde física, mental e espiritual dos filhos.
Os economistas Mathew Gentzkow e Jesse Shapiro da Universidade de Chicago fizeram estudos sobre o desempenho escolar das crianças e concluíram que há mais prejuízo para o aprendizado pela TV do que sem ela. Quanto à formação física as crianças têm muito prejuízo: comem diante da TV recebendo sensações de filmes de terror, monstros, crimes, sexo, roubos, romance, e aí ficam até madrugada. Esse tipo de educação faz dos informes filhos desobedientes, profanos, gananciosos, egoístas, ingratos, cruéis, amigos dos prazeres, jactanciosos e desafiadores de autoridades.
TV e computador podem ser úteis, mas os programas devem ser selecionados ou os filhos serão a tristeza e vergonha dos pais. “Os filhos são herança de Deus” para honra, dos pais, da pátria e de Deus. Que conta daremos deles?