11/04/2016
A sempre polêmica ‘Feirinha do Brás’
EDITORIAL | Quando gostamos de uma pessoa, de um grupo, de uma comunidade ou da cidade em que nascemos, crescemos e vivemos, desejamos nos tornar responsáveis por ela. É como se a vontade de proteger invadisse nosso ser e resolvesse espantar todo o mal que pode vir a acontecer.
Bom, pelo menos é assim que deveria ser, certo?
A responsabilidade fica ainda maior, quando uma pessoa é escolhida/eleita, para defender e representar todas as expectativas depositadas em busca da tal proteção e prospecção. Essa ou essas pessoas devem estar prontas para travar uma guerra, como também, pregar a paz, buscar soluções, mostrar o caminho, ensinar a pescar além de dar o peixe, e assim por diante.
Bom seria se assim fosse…
Em meio a discordâncias políticas, de ideias e ideais, tem gente que parece rugir como um leão, mas na hora de defender a alcateia, parece um gatinho recém-nascido. E para piorar, parece rugir a favor do outro grupo, que busca invadir o território, prejudicando os que aqui estão.
Deixando rodeios e devaneios de lado, cabe aqui, opinarmos sobre o fato da sempre polêmica ‘Feira do Brás’, ‘Feirinha da Madrugada’ ou seja qual for o nome. De um lado, ambulantes vindos de diversas cidades, recheados de produtos a preços atraentes, sem nota fiscal e sem recolhimento de impostos municipais. Do outro, comerciantes que aqui residem, pagam impostos, empregam pessoas da cidade, colaboram com patrocínios a eventos e instituições, resumindo, fazem, ou pelo menos tentam fazer o seu papel. E no meio, a população, que vê neste tipo de comércio, a oportunidade de comprar roupas e utensílios por preços bem mais baixos.
Quem está certo?
Não cabe a nós julgar, porém, vale ressaltar que, de um lado temos pessoas muitas vezes sem oportunidades, mas ao mesmo tempo, totalmente fora das leis e responsabilidades impostas a qualquer comerciante que se aventura a abrir uma empresa, cercado de impostos municipais, estudais e federais. É uma concorrência desleal e que não traria benefício algum à cidade, pelo contrário, deixaria os comércios que recolhem seus impostos a ver navios. É uma cadeia. Se não recolhe imposto, não tem dinheiro para investir e ajudar a própria cidade. Se não vende, não consegue empregar. Se fechar as portas, quantas pessoas que trabalham no comércio não ficariam sem emprego?
Talvez a atração momentânea do barato acabe saindo caro! Mas cada um tem o seu modo de pensar, falar e agir. Desde que cumpridas todas as exigências fiscais e recolhidos os tributos municipais, a Prefeitura de Rafard não tem como proibir a realização da mesma. Os comerciantes, com apoio inclusive de lojistas de Capivari, até tentaram, se mobilizaram, mas até o momento, nada foi resolvido, e ao que parece, nada poderá fazer.
Parafraseando os famosos humoristas Geraldo Magela e Chico Anysio, da Escolinha do Professor Raimundo: “É muito difícil e o salário ó!”