Sabemos que o avô paterno da Tarsila do Amaral, José Estanislau do Amaral, cognominado de “o milionário”, possuía muitas e enormes fazendas que se espalhavam, uma atrás da outra, entre Piracicaba e Jundiaí. Assim, sendo ela filha de José Estanislau do Amaral Filho e neta do grande produtor do café, herdou, junto com os seus irmãos a grande fortuna. Só mesmo houve a queda da imensa riqueza, na quebra do chamado “ouro negro”, em 1929.
No entanto, a história registra que a Tarsila do Amaral, mesmo com todo efeito negativo aos fazendeiros cafeeiros, principalmente do Estado de São Paulo, rodava o mundo com a sua arte e mantinha o seu “status quo” de dama da sociedade brasileira. A sua beleza e inteligência raiava por todos os cantos, mesmo que a sua pintura ainda não se achava no patamar da idolatria. Isto só se apresentou, quando a obra Abaporu apareceu, num presente dela ao seu então marido Oswald de Andrade.
Mas o que nos leva a tecer alguma coisa mais sobre a célebre artista capivariana, era o seu gosto por jabuticabas e a sua predileção por quatro fazendas onde, certamente, ela viveu e desfrutou por algum tempo na sua tribulada vida.
Fazenda São Jerônimo
No município de Mombuca-SP. Lá ela deixou alguns quadros de artistas consagrados, bem como a sua primeira pintura na parede, retratando Jesus Cristo. Lá, também, está guardado os pertences do seu sobrinho, o Prof. Dr. Sérgio Estanislau do Amaral, saudoso geólogo da USP. A casa tem mais de 150 anos de construção e é uma relíquia interessantíssima. As jabuticabeiras imperam por todo canto.
Fazenda São Bernardo
No município de Rafard-SP Uma construção belíssima, hoje com um museu administrado por uma ONG e que guarda grande quantidade de objetos da época em que ela ali residiu. Diz-se, ainda, que lá ela nasceu em 1º, de setembro de 1886. Mas como a aquisição desta propriedade, pelo pai da Tarsila, só foi feita quando ela ainda era menina, então fica meio controvertido tal hipótese. Mas, por um outro lado, a própria exaltação à sua memória, enche todos de orgulho.
Fazenda Santa Teresa do Alto
No município de Itupeva-SP. Foi fundada no mesmo ano do nascimento da Tarsila do Amaral, ou seja, em 1886. Ainda ela retrata a beleza e formosura de sua construção, cujo interior da sede guarda pinturas nas paredes e pertences do tempo em que a Tarsila do Amaral ali morou com Oswald de Andrade e recebia as grandes figuras da sociedade paulistana e artistas consagrados, como Aldemir Martins. Segundo sabemos, anteriormente a fazenda pertencia ao município de Jundiaí. Seu proprietário, segundo registros, é dos irmãos Carlos e Matheus Meirelles.
Sítio da Dona Ruth
No município de Indaiatuba-SP. Fica localizado no bairro Itaici, bem próximo ao Mosteiro da Vila Kostka. Uma bela propriedade, de laser e aberto ao público para visitação. No referido sítio, bem próximo à cidade, há ainda uma “alcova”, dentro da casa-sede, preservada com esmerado cuidado. Neste sítio, a Tarsila do Amaral morou algum tempo. Segundo alguns relatos, esta propriedade foi adquirida pelo seu primeiro marido André Teixeira Pinto. Sabe-se que os seus parentes mais próximos, adquiriram grandes fazendas em Indaiatuba-SP: Fazenda Sertão, Fazenda Capim Fino, Fazenda Santa Isabel, Fazenda Itaguaçu, Fazenda Itaoca, Fazenda Quilombo, entre outras.
Eis, pois, em rápidas pinceladas, a predileção destas quatro propriedades que tanto a Tarsila do Amaral amou. Em todas elas, na verdade, a presença das jaboticabeiras.
