Homens ilustres, cultos, defendiam a ideia mitológica: a música, isto é, as ciências e as artes eram inspiradas pelas musas, filhas de Zeus com Mnemósines. Essas musas orientavam, contavam, e até ditavam aos escritores, filósofos, historiadores, poetas, atores, dramaturgos e músicos. Tales de Mileto, Platão, Heródoto, Sólon e muitos outros da elite intelectual grega tinham Zeus como o deus maior, e foram influenciados pela crença nas nove musas, das quais eles eram apenas porta-vozes. A Wikipédia traz algumas elucidações e exemplos de invocações:
‘Oh musas, oh altos gênios, ajudai-me! Oh memória que aponta o que vi, agora se verá tua autêntica nobreza!’
‘Canta celeste Musa a primeira desobediência do homem. E o fruto daquela árvore proibida cujo funesto manjar trouxe a morte ao mundo e todos nossos males com a perda do Éden, até que um Homem, maior, reconquistou para nós a mansão bem-aventurada.’
‘Esta que me ditou rimas sonoras, culta sim, ainda que bucólica, Talía’
Quando Pitágoras chegou à Crontona, seu primeiro conselho aos crotonenses foi construir um altar às musas no centro da cidade, para impulsionar a harmonia cívica e a aprendizagem. A biblioteca de Alexandria e seu círculo de investigadores se formaram ao redor de um Mousaion (museu ou altar das musas) próximo à tumba de Alexandre, o Grande. Filósofos do iluminismo buscaram restabelecer o ‘Culto às Musas’ no século XVIII. Uma famosa loja maçônica, na Paris pré-revolucionária era chamada Les Neuf Soeurs (Nove Irmãs – Nove Musas), nela estavam presentes: Voltaire, Benjamim Franklin, Danton e outros… A poetisa Safo de Lesbos foi recompensada com o compromisso de ser chamada ‘a décima Musa’ por Platão. Em Nova Orleans há nove ruas em honra das musas.
A elite cultural cria que essas musas humanizadas eram dignas de louvor e reverência, enquanto Deus era minimizado, um Deus morto e inoperante, destituído do posto de criador. Essas musas eram criaturas mitológicas, os helenos de larga cultura, desenvolveram um trem fantasmagórico, os vultos iluministas embarcaram no monotrilho de pneus estourados. Realmente, a música é de origem divina! Seus efeitos o dizem. Mas essa arte é tão radiante, enobrecedora, refinadora do caráter, que necessariamente precisa ter uma origem mais sublime. Sua origem é o Deus Excelso, o Músico requintado! Suas obras revelam como Deus ama Suas criaturas: Doador da vida, Amante da arte, do belo, da harmonia; Onisciente Originador das ciências.
Quando Ele criou a Terra, fez um jardim com flores e frutas, belos e mansos animais, aí colocou o homem para cuidar deles. No sétimo dia, o Criador reuniu todos os seus anjos e habitantes de outros mundos, extasiantes pelo cenário, juntos cantaram acompanhados pela orquestra celestial (Jó 38:7). Quem seria o maestro? Quão mavioso teria sido esse hino!
No Monte Sinai Deus desceu para entregar Sua lei a Moisés, o monte, tremeu, resplandeceu com fulgor e ouviu-se um hino tocado pelos anjos. O espetáculo foi tão glorioso, tão retumbante, que os expectadores israelitas se retiraram temendo a morte. A música era celestial, os músicos angelicais, no cenário a presença do Deus Salvador Jesus (Ex. 19:10-20 e 20:18-21). O terror era devido à pecaminosidade diante da pureza divina.
A Bíblia descreve a volta de Jesus com toda a comitiva do Céu, todos os Seus anjos, com todo o Seu poder (não mais Aquele Humano Sofredor), com toda a Sua glória (Mt 24:29-31), a orquestra de anjos, regida por Jesus virá tocando e cantando. Ele virá para arrebatar os fiéis vivos, juntamente com os ressurretos e elevá-los ao encontro do Salvador (1Ts 4:16-17); transformados num corpo incorruptível, imortal e radiante (1 Co. 15:51-54)! Que música será! O tom do hino será como “grande brado e os povos da Terra se lamentarão” (Mt 24:30). Por quê? Se a música será angelical… e virá para salvar, dar vida, e vida eterna, sem dor, sem morte ou tristeza, sem envelhecimento… Não é tudo o que os homens da ciências estão buscando?
A recepção junto aos portais de pérola, novamente, será um recital musical, do qual ninguém mais fugirá apavorado, mas ouvirão a dulcíssima sinfonia com alegria e gratidão. A maior orquestra sinfônica, acompanhada do inumerável coral. Esteja lá como partícipe e ouvinte dos recitais que enlevarão os homens às delícias do céu e ao louvor a Deus.
ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.