J.R. Guedes de Oliveira

A Modernista Dona Olivia

Neste ano, que comemoramos o centenário da célebre Semana de Arte Moderna de 22, passou despercebido alguma citação sobre uma das figuras que tanto incentivou e fez pelo modernismo brasileiro: Olivia Guedes Penteado.

Nascida em Campinas, bem no largo da Matriz Velha, no dia 12 de março de 1872 (há 150 anos), foi uma generosa e batalhadora pelas causas culturais do nosso país, convivendo em todos os momentos com a sua melhor amiga, a Tarsila do Amaral.

Sabe-se que na sua residência, no centro de São Paulo, Capital, fez o ponto mais significativo da arte brasileira, convergindo, para lá, as grandes figuras que se expressavam na revolução cultural do nosso país, com a vanguarda do modernismo. Isto significou muito para a nossa expressão artística, já que se rompia, de vez, com as clássicas metodologias de se fazer literatura, música, teatro, pintura, etc., em concepções tradicionalistas. Esta é a razão principal do surgimento, com toda pompa e com toda força, do movimento que se traduziu, celebremente, de Semana de Arte Moderna de 22.

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Dona Olivia Guedes Penteado, pela sua iniciativa, foi a principal dama da década de 20, não só pelo seu trabalho em prol da nossa cultura inovadora, mas também por pertencer e dirigir algumas das entidades mais expressivas da época: Sociedade de Concertos Sinfônicos, Sociedade Pró-Arte Moderna, Associação Cívica Feminina, Cruzada Pró-Infância e outras mais.

Olivia Guedes Penteado em 1932 (Foto: Reprodução/Internet)
Olivia Guedes Penteado em 1932 (Foto: Reprodução/Internet)

Conta-se que Dona Olivia Guedes Penteado se encontrava em Paris, no ano de 1922 e presenciou a agitação modernista efervescente na Europa. Começou, então, a receber cartas de seus amigos e amigas aqui do Brasil, principalmente da Tarsila do Amaral e do Paulo Setúbal. Sabendo que o movimento modernista no Brasil também se eclodia, tendo Paulo Prado, Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Vila Lobos, Anita Malfatti e outros na frente desta inusitada iniciativa. Volta para a sua terra natal, cheia de garra para dar a sua contribuição efetiva, partido de sua residência então na rua Conselheiro Nébias, esquina com a rua Duque de Caxias e construída por Ramos de Azevedo. Foi, sem a menor sombra de dúvidas, a pessoa mais empenhada em levar avante tal propósito.

Olívia Guedes Penteado era filha de José Guedes de Souza (Barão de Pirapitingui) e de Carolina Leopoldina de Almeida Lima, figuras proeminentes também de Mogi Mirim, onde possuíam fazenda de café. O Barão de Pirapitingui era neto do Capitão Francisco Barreto Leme, natural de Taubaté e fundador de Campinas. Do segundo casamento, com Inácio Leite Penteado, teve as filhas: Carolina Penteado da Silva Teles e Maria Guedes Penteado de Camargo.

Dona Olivia foi mecenas e participou ativamente na Revolução Constitucionalista de 1932. Lutou muito pelo voto feminino, conseguindo, assim, eleger a primeira mulher constituinte. Faleceu em São Paulo, no dia 9 de junho de 1934, aos 62 anos de idade. Está o seu registro biográfico inserido na obra “500 Mulheres Brasileiras”.

Em edição de 1975, pela Sociedade Impressora Pannartz, o escritor e pesquisador Arruda Dantas, apresentou m livro, com o título de “Dona Olivia, obra que enalte esta dama paulista que foi figura importantíssima para a modernidade das artes no Brasil.

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